terça-feira, 13 de abril de 2010

Os viciados em crack — a triste situação dos nascituros




QUANDO o crack de cocaína estreou no palco mundial, no início dos anos 80, poucos usuários ousavam crer nos efeitos devastadores que teria. Afinal de contas, não era fumado em bonitinhos cachimbos de vidro, ou misturado com o fumo em cigarros comuns ou nos de maconha? Os comentários nas ruas diziam que o crack era um tóxico seguro. Por certo, era muito mais barato que a heroína ou outra forma de cocaína. As pessoas de baixo nível de renda podiam adquiri-lo. A euforia do crack parecia valer a pena, não importava o seu custo.

Dramática evidência dos perigos do crack, contudo, ganhou as páginas de revistas médicas quando usuárias gestantes começaram a dar à luz bebês afetados pelo tóxico. Os médicos começaram a avisar sobre os horrendos efeitos que o crack de cocaína pode ter sobre o nascituro. O número de bebês deformados, alguns de forma permanente, começaram a avolumar-se com o passar dos anos. “Quando o crack de cocaína ficou em moda”, disse um médico, “o número de bebês bem pequeninos e doentes simplesmente subiu vertiginosamente”.

Nas localidades em que há amplo consumo de crack, as estatísticas comprovam isso. De acordo com uma pesquisa feita em 36 hospitais, nos Estados Unidos, em 1988, pela Associação Nacional de Pesquisas e Educação Sobre o Vício Perinatal, 11 por cento dos recém-nascidos nos EUA, ou cerca de 375.000 bebês por ano, acham-se agora expostos a tóxicos durante a gravidez. O jornal The New York Times informa que, entre 1986 e 1988, “o número de recém-nascidos em Nova Iorque cujos testes dão positividade para tóxicos — principalmente a cocaína — quase quadruplicou, passando de 1.325 para 5.088”.

Nenhum comentário: