quarta-feira, 31 de março de 2010

Ser mãe solteira - poderia acontecer isso comigo ?

Robin, jovem americana, pensou que era seu apêndice. E quando a incomodante dor não cedeu, ela decidiu que seria sábio consultar um médico. Não esperava, porém, ser submetida a um teste de gravidez.

Nem esperava que lhe informassem que o teste fora positivo.

“Fiquei com a mente completamente confusa diante das notícias”, relembra Robin. “Permaneci deitada na mesa de exame como se tivesse perdido a razão. Não conseguia pensar no que iria me acontecer. Não conseguia pensar em como iria contar isso a mamãe e papai. Não foi senão depois de telefonar para o meu namorado e lhe contar que estava grávida que realmente caí na realidade.”

TODO ano, nos Estados Unidos, bem mais de um milhão de adolescentes solteiras recebem as novas assustadoras de que estão grávidas. Afirma a publicação Teenage Pregnancy: The Problem That Hasn’t Gone Away (Gravidez de Adolescentes: O Problema Que Não Desapareceu): “Mais de uma em cada 10 adolescentes fica grávida todo ano, e a proporção está aumentando. Se os padrões não se modificarem, quatro em cada 10 mulheres jovens ficarão grávidas pelo menos uma vez enquanto ainda são adolescentes.”

‘Poderia acontecer isso comigo?’, uma jovem talvez fique imaginando.

Outras doenças sexualmente transmissíveis

  A AIDS tem dominado as manchetes. No entanto, o jornal The Medical Post adverte: ‘O Canadá enfrenta uma epidemia de DSTs [doenças sexualmente transmissíveis]’ em adolescentes. O Canadá não é o único. “Todo ano, 2,5 milhões de adolescentes americanos são infectados por uma DST”, diz o Centro de Opções da População, sediado nos EUA. “Esse dado representa aproximadamente um em cada seis adolescentes sexualmente ativos e um quinto dos casos de DSTs no país.”

  A sífilis, por exemplo, que se pensava estar a caminho da extinção, ressurgiu nos últimos anos, fazendo vítimas entre os jovens em números quase recordes. A gonorréia e a clamídia (as DSTs mais comuns nos Estados Unidos) também se têm mostrado notavelmente resistentes aos esforços de erradicá-las. E os adolescentes apresentam os mais elevados índices de contaminação. De modo similar, o jornal The New York Times divulga “um aumento pronunciado” no número de adolescentes portadores de verrugas genitais. Milhares de jovens também têm o vírus do herpes. Segundo a revista Science News, “os portadores de herpes genital têm maior probabilidade de ser infectados pelo [HIV], que causa a AIDS”.

  O Centro de Opções da População diz: “Embora os adolescentes apresentem índices de DSTs mais elevados do que qualquer outra faixa etária, eles são os que menos provavelmente obtêm assistência médica. Quando não são diagnosticadas e tratadas, as DSTs cobram um preço alto em termos de doenças inflamatórias da pelve, infertilidade, gravidez ectópica e câncer cervical.”

Isso pode acontecer

A epidemia de AIDS sublinha a veracidade das advertências da Bíblia de que “o efeito posterior” da imoralidade sexual “é tão amargo como absinto”. (Provérbios 5:3-5; 7:21-23) É claro que a Bíblia refere-se primariamente a danos espirituais e emocionais. Mas não deve surpreender que a imoralidade sexual também tenha vários efeitos posteriores prejudiciais para o corpo.

Portanto, é vital que os jovens encarem realisticamente o perigo de contrair AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis. A atitude presunçosa de que a AIDS ‘não pode acontecer comigo’ pode ser mortífera. “Quando a pessoa tem quinze ou dezesseis anos, ou até mesmo dezessete, dezoito, dezenove, ou vinte anos, ela quer pensar que é invulnerável”, disse um rapaz chamado David. Mas os fatos provam o contrário. David contraiu o vírus da AIDS aos 15 anos.

Assim, sem rodeios: se você estiver usando drogas ilícitas ou mantendo relações sexuais pré-maritais, você corre risco! Mas que dizer das alegações de que é possível praticar “sexo seguro”? Existem maneiras realistas de se proteger dessa epidemia? O próximo artigo nesta série considerará essas perguntas.

Os jovens correm risco

Até o momento, apenas pequenina porcentagem dos casos relatados de AIDS — menos de 1 por cento nos Estados Unidos — diz respeito a adolescentes. Portanto, você talvez não conheça pessoalmente jovens que morreram dessa doença. Isso não significa que os jovens não correm risco! Cerca de um quinto do total de vítimas de AIDS nos Estados Unidos estão na casa dos 20 anos de idade. Visto que leva vários anos para os sintomas se manifestarem, é mais do que provável que a maioria dessas pessoas tenha sido infectada na adolescência. Se as tendências atuais continuarem, milhares de outros jovens ficarão doentes de AIDS.

Segundo o Centro de Controle de Doenças, dos EUA, o vírus mortífero esconde-se “no sangue, no sêmen e nas secreções vaginais dos infectados”. O HIV, portanto, é transmitido em “relações sexuais — vaginais, anais ou orais — com alguém infectado”. A vasta maioria contraiu a doença dessa maneira. A AIDS também pode ser transmitida “por se usar ou por se ser espetado por uma agulha ou seringa que tenha sido utilizada por, ou na, pessoa infectada”. Ademais, “algumas pessoas foram infectadas ao receber transfusões de sangue” contaminado com o HIV. — Voluntary HIV Counseling and Testing: Facts, Issues, and Answers.

Conseqüentemente, muitos jovens correm risco. Números alarmantes de jovens (segundo alguns chega a 60 por cento nos Estados Unidos) já experimentaram drogas ilícitas. Visto que algumas dessas drogas são injetáveis, o risco de infecção via agulha contaminada é alto. De acordo com uma pesquisa realizada nos EUA, 82 por cento dos alunos de segundo grau já ingeriram bebidas alcoólicas, sendo que 50 por cento deles fazem isso atualmente. Você não pega AIDS por tomar uma lata de cerveja, mas a cerveja talvez prejudique seu bom critério e torne mais provável que você se envolva no comportamento mais arriscado de todos: sexo promíscuo, homossexual ou heterossexual.

Em 1970, menos de 5 por cento das moças de 15 anos haviam tido relações sexuais. Em 1988, esse dado havia aumentado para mais de 25 por cento. Aos 20 anos de idade, como as pesquisas também mostram, 75 por cento das mulheres e 86 por cento dos homens nos Estados Unidos são sexualmente ativos. Outra estatística assustadora: aproximadamente 1 em cada 5 adolescentes já teve relações sexuais com mais de quatro parceiros. Sim, cada vez mais jovens têm relações sexuais pré-maritais, e o início de sua atividade sexual ocorre cada vez mais cedo.

A situação não é menos assustadora em outros países. Em países latino-americanos, três quartos dos adolescentes já tiveram relações sexuais pré-maritais. Em países africanos, consta que muitos homens escolhem mocinhas como parceiras sexuais a fim de proteger-se do vírus da AIDS. Em que resulta isso? Numa explosão de casos de AIDS entre as adolescentes africanas.

A disseminação da AIDS tem contribuído pouco para deter essa maré de comportamento destrutivo. Considere certo país latino-americano. Mais de 60 por cento dos “jovens sexualmente ativos, não casados, correm alto risco de contrair o vírus da AIDS”. No entanto, menos de 10 por cento acham que correm pessoalmente esse risco. Eles pensam: ‘Isso não vai acontecer comigo.’ Mas esse país tem “um dos mais elevados índices de infecção por HIV nas Américas”. — Centro de Controle de Doenças, dos EUA.

Infecção insidiosa

O que exatamente é essa estranha doença, e por que é tão mortífera? Os médicos crêem que a AIDS se desenvolve quando uma partícula microscópica — um vírus chamado de HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) — invade a corrente sanguínea. Ali, o vírus empreende uma missão de busca e destruição contra determinados glóbulos brancos do corpo, as células auxiliadoras. Essas células desempenham importante papel em ajudar o corpo a evitar doenças. O vírus da AIDS, porém, as invalida, devastando o sistema imunológico.

Pode passar bastante tempo até que a pessoa infectada se sinta doente. Alguns talvez sejam assintomáticos por aproximadamente dez anos. Mas, com o tempo, surgem sintomas semelhantes aos de gripe: perda de peso e de apetite, febre e diarréia. À medida que o sistema imunológico continua seu colapso catastrófico, a vítima torna-se vulnerável a inúmeras infecções — pneumonia, meningite, tuberculose ou certos tipos de câncer —, chamadas de oportunistas porque se valem da oportunidade criada pela resistência reduzida da vítima.

“Sinto dores contínuas o tempo todo”, diz uma vítima de AIDS de 20 anos de idade. A doença provocou-lhe ulcerações no cólon e no reto. Entretanto, a AIDS plenamente desenvolvida significa mais do que desconforto e dor; no caso de praticamente todas as vítimas, significa morte. Desde 1981, só nos Estados Unidos, o vírus contaminou mais de um milhão de pessoas. Mais de 160.000 já morreram. Os especialistas prevêem que até 1995 o número de mortes dobrará. Atualmente não se conhece cura para a AIDS.

Corro risco de contrair Aids ?

A REVISTA Newsweek disse que a notícia ‘assombrou o mundo’. Em 7 de novembro de 1991, o popular atleta norte-americano Earvin “Magic” Johnson informou à imprensa que havia contraído o vírus da AIDS. Na esteira dessa surpreendente revelação, os serviços hot line de informações sobre AIDS ficaram congestionados de telefonemas. Certos hospitais foram inundados de pedidos de testes de AIDS. Algumas pessoas até restringiram seu comportamento promíscuo — pelo menos temporariamente.

Talvez o maior impacto dessa notícia tenha sido sobre os jovens. O diretor dos serviços de saúde em certa universidade diz: “Os estudantes levaram a sério a mensagem ‘aconteceu com ele, pode acontecer comigo’ — por um tempinho. . . . Para a maioria dos estudantes, o que aconteceu com Magic Johnson não significa que vão mudar seu comportamento. Ainda acham que podem ‘safar-se disso’.”

A Bíblia profetizou que os nossos tempos seriam caracterizados por “pestilências”, isto é, doenças infecciosas de rápida disseminação. (Lucas 21:11) A AIDS certamente pode ser chamada de pestilência. Levou oito anos — de 1981 a 1989 — para os primeiros 100.000 casos de AIDS serem descobertos nos Estados Unidos. Mas levou apenas dois anos para os próximos 100.000 casos serem relatados!

Segundo o Centro de Controle de Doenças, dos EUA, essa aflitiva estatística “frisa a magnitude em rápido crescimento da epidemia [de AIDS] nos Estados Unidos”. No entanto, a AIDS é uma epidemia global que causa muitas mortes e sofrimento na África, América Latina, Ásia e Europa. É significativo que o Dr. Marvin Belzer, do Hospital Infantil, em Los Angeles, chame a AIDS de “o problema mais assustador que confronta os jovens na década de 90”.

O casamento de Adolescentes - quão sábio é ?

REMEMORANDO sua decisão de casar-se, certa senhora explicou: “Eu tinha dezoito anos e achei que ele era o melhor partido que eu já conhecera.” Mas, estava ela mesma deveras preparada para o casamento? Por que desejava casar-se? Mais tarde, admitiu: “Eu simplesmente decidira que casar era um passaporte para o mundo adulto.”

Poucas pessoas pensantes deixariam de compreender a imaturidade refletida nesse conceito. Num assunto tão sério como o casamento, qual é o resultado provável quando tal modo de pensar é a base para a decisão duma pessoa? Amiúde é a infelicidade e o divórcio, ou desquite.

A natureza das exigências, dos ajustes e das responsabilidades envolvidos no casamento requer que se manifeste madureza e equilíbrio, junto com amor. Provável é que possa lembrar vários conhecidos seus que se casaram com seus vinte e poucos anos ou trinta e poucos anos e que, mesmo assim, não demonstravam tais qualidades — resultando mais tarde o divórcio ou desquite. O que, então, se poderia esperar quando os que se casam ainda estão na adolescência?

Em 1970, um professor de sociologia da família comentou: “As pesquisas mostram que, em geral, os casamentos de adolescentes se caracterizam por elevado índice de divórcio ou de infelicidade em comparação com os casamentos de pessoas com mais idade.” Outro estudo indicava que as mulheres que se casam entre dezesseis e dezoito anos, e os homens que se casam com menos de vinte e dois anos “apresentavam elevada taxa de desajustes” ao casamento.

Por que deveria ser assim? O livro Marriage for Moderns (Casamento Para Pessoas Modernas), observou: “Para se ter êxito no casamento, não existe provavelmente nenhum fator mais importante do que a madureza.” E é preciso tempo para se adquirir a madureza mental, física e emocional.

Mas, não permite a lei de muitos países que os adolescentes se casem quando, por exemplo, a moça tem dezesseis anos e o rapaz tem dezoito? Sim, isto se dá em muitos países. Mas, amiúde, as autoridades permitem o casamento com estas idades mínimas apenas se os pais derem seu consentimento escrito. Outra idade, tal como vinte e um anos, poderá ser estabelecida para que o casal não precise do consentimento parental. Isto sublinha que os pais têm de assumir a responsabilidade de permitirem que seus filhos se casem quando é bem menor a probabilidade de terem a madureza necessária ao casamento. Se os resultados forem ruins, os pais compartilham a culpa.

terça-feira, 30 de março de 2010

Aprenda a Dizer Não !

O livro Self-Destructive Behavior in Children and Adolescents (Comportamento Autodestrutivo em Crianças e Adolescentes) tece a seguinte observação: “Com muita freqüência, é um amigo íntimo que inicia ou ‘liga’ os jovens no consumo dos vários tóxicos. . . . As intenções [dele]  podem ser de partilhar uma experiência excitante ou agradável.” A pressão dos colegas, contudo, não se limita aos jovens, como podem testemunhar os viciados mais velhos; nem o seguinte conselho sábio das Escrituras se limita aos jovens, mas ele se aplica a pessoas de todas as idades, como diz o escritor bíblico: “Quem anda com pessoas sábias tornar-se-á sábio, mas irá mal com aquele que tem tratos com os estúpidos.” — Provérbios 13:20.

Se estiver sobrecarregado de problemas que parecem intransponíveis, não procure a fuga através dos tóxicos. Isto somente agravará seus problemas. Converse sobre os assuntos com um de seus genitores, ou outros adultos responsáveis, que visem sinceramente os seus melhores interesses. Lembre-se, também, do conselho da Bíblia: “Não estejais ansiosos de coisa alguma, mas em tudo, por oração e súplica, junto com agradecimento, fazei conhecer as vossas petições a Deus; e a paz de Deus, que excede todo pensamento, guardará os vossos corações e as vossas faculdades mentais.” — Filipenses 4:6, 7.

O Ambiente Inadequado

“Talvez tenhamos de removê-los de suas comunidades”, disse um famoso diretor dum centro de tratamento. “É preciso retirar o viciado do ambiente de tóxicos. Esse ambiente é como um necrotério.” Esta, como os pesquisadores comprovaram, é a principal razão de a maior parte dos viciados submetidos à desintoxicação terem voltado ao tóxico que os escravizava. O motivo parece óbvio. Não foram, já desde o início, tais ambientes que fizeram com que eles fossem mandados aos centros de tratamento? Não estava o crack disponível em cada esquina, onde a pressão dos colegas, não raro a sua própria família e seus melhores amigos, motivaram sua primeira tragada do cachimbo de crack? Quem é que ali o incentivará a prosseguir no seu programa de tratamento e a livrar-se da luta da droga pela supremacia sobre sua própria vida?

Os programas de mais êxito sublinharam que o ambiente inadequado é um dos principais fatores que movem o viciado a prosseguir tomando tóxicos. “Ensinam-se algumas estratégias ao paciente para que fique longe do tóxico, inclusive como evitar sugestões que acionam a ânsia pelo tóxico”, noticiou o The New York Times. “A vista da rua em que a pessoa antes comprava o crack, um frasco jogado fora na calçada, o consultório do dentista ou o cheiro dum produto farmacêutico que tenha alguma semelhança com o cheiro químico do crack” — tudo são coisas que podem acionar a ânsia da droga, disse o jornal. Programas eficazes também sublinharam a importância de os viciados “cortarem todos os laços com amigos e parentes que ainda consomem tóxicos”. Em vez disso, foram aconselhados a travar novas amizades com pessoas que não consomem drogas. Trata-se, deveras, de sábios conselhos.

Os viciados em crack - existe cura ?

NÃO há dúvida de que o vício do crack assumiu fantásticas proporções, e o problema tende a avolumar-se. O rádio e a televisão ventilam o problema. Os jornais e as revistas abrem manchetes para ele. Os prontos-socorros hospitalares e os centros de traumatologia deparam-se com sua violência. As maternidades estão repletas de bebês prejudicados por tal vício. Os depósitos de materiais hospitalares estão sendo usados para “estocar” bebês abandonados, em vez de seus estoques de materiais.

Clínicas de desintoxicação e de reabilitação estão tratando jovens que nem chegaram à adolescência. Agências de serviços sociais estão suplicando recursos para combater essa epidemia. Há aqueles que dizem que não conseguem vencer tal vício, e outros que não querem largá-lo. No caso destes últimos, aguarda-os a miséria, a frustração, a violência e, possivelmente, a morte. Para os primeiros, existe esperança.

“Há apenas um ano”, noticiou o The New York Times, de 24 de agosto de 1989, o “crack era amplamente considerado como um tóxico relativamente novo, ainda pouco entendido, mas com características especiais que provocavam um vício quase que impossível de curar”. Atualmente, porém, os pesquisadores verificam que o vício do crack, sob as condições certas, pode ser tratado com êxito, dizia aquele jornal. “O vício do crack pode ser tratado”, disse o Dr. Herbert Kleber, o vice de William J. Bennett, diretor do departamento de diretrizes contra as drogas, dos EUA. A chave, disse ele, é que se dê aos viciados um lugar na família e estruturas sociais em que talvez jamais tenham estado antes. “Habilitação mais do que reabilitação”, sublinhou ele.

Os pesquisadores verificaram que o programa mais eficaz de cura do vício do crack da cocaína tem três estágios — a desintoxicação, o extensivo aconselhamento e o treinamento pessoais, e, o que é ainda mais importante, o apoio no ambiente correto. A desintoxicação, ou tirar o viciado da droga, não é o principal obstáculo. Não raro, devido às circunstâncias, a pessoa consegue fazer isso por si mesma. Não dispor de fundos para adquirir o tóxico pode ser, e muitas vezes é, um dos fatores que contribuem para isso. A prisão numa instituição penal, onde os tóxicos não estão disponíveis, pode ser outro, ou a permanência dele num hospital também demandaria a abstinência do tóxico. O verdadeiro problema, contudo, é impedir que o viciado retorne ao tóxico, quando este se torna disponível para ele.

Embora alguns viciados tenham rompido com êxito os grilhões do crack, quando submetidos a programas especialmente arranjados de tratamento, os especialistas em tais tratamentos sublinharam que a maioria dos viciados jamais consegue romper com isso nas primeiras semanas. Por exemplo, o Dr. Charles P. O’Brien, psiquiatra da Universidade de Pensilvânia, disse que dois terços dos viciados alistados em seu programa de tratamento o abandonaram no primeiro mês. Outros programas tiveram ainda menor êxito.

Depressão e ambiente familiar

A depressão tem sido chamada de questão familiar e com boas razões. Como já mencionado, talvez haja um componente genético que faz com que uma geração após outra seja propensa à depressão. Mas o ambiente familiar também pode influir. “Quando os pais maltratam os filhos, estes correm mais risco de ter depressão”, escreve o Dr. Mark S. Gold. “O mesmo acontece com crianças cujos pais são excessivamente críticos ou que se concentram nas fraquezas dos filhos.” Pais superprotetores ou que “sufocam” os filhos também podem contribuir para a depressão. Há, porém, um fato interessante: uma pesquisadora descobriu que as crianças são ainda mais propensas à depressão quando os pais simplesmente não mostram interesse nelas.

Isso não significa, porém, que todos os adolescentes deprimidos sejam vítimas de pais incapazes. Uma afirmação arbitrária como essa não levaria em conta os muitos outros fatores que podem contribuir para o problema. Contudo, em alguns casos o ambiente familiar é um aspecto importante da questão. “Crianças em lares em que há constante tensão entre os pais correm mais riscos de ter depressão do que as que vivem em ambientes menos atribulados”, escreve o Dr. David G. Fassler. “Uma razão é que os pais que vivem brigando ficam tão envolvidos em suas disputas que negligenciam as necessidades dos filhos. Outra, é que os pais muitas vezes tornam os filhos o centro de suas desavenças, fazendo os jovens se sentirem culpados, furiosos e ressentidos.”

Esses são apenas alguns dos fatores que podem contribuir para a depressão de adolescentes. Existem outros. Por exemplo, alguns especialistas afirmam que fatores ambientais (desnutrição, toxinas e uso de drogas ou álcool) podem levar à depressão. Outros indicam certos medicamentos (alguns anti-histamínicos e tranqüilizantes) como possíveis fatores. Parece também que crianças com deficiências de aprendizado são especialmente propensas à depressão. Isso se dá, possivelmente, porque sua auto-estima tende a diminuir quando percebem que não conseguem acompanhar os colegas de classe.

Não importa qual seja a causa, porém, é vital analisar a questão: Como ajudar os adolescentes deprimidos?

O fator bioquímico

Muitos profissionais da área de saúde acham que um desequilíbrio bioquímico no cérebro tem um papel destacado na depressão. Tudo indica que esse desequilíbrio é transmitido geneticamente, pois os pesquisadores descobriram que, quando um dos pais sofre de depressão, o adolescente tem mais probabilidade de também ter a doença. “Na maioria dos casos, pelo menos um dos pais de crianças deprimidas também sofre de depressão”, diz o livro Lonely, Sad and Angry (Solitário, Triste e Furioso).

Isso levanta a questão: Será que as crianças realmente herdam a depressão ou apenas aprendem a ser deprimidas ao conviver com pais deprimidos? A culpa é da genética ou do ambiente? É difícil responder a essa questão polêmica, porque o cérebro e os muitos fatores que podem contribuir para a depressão de adolescentes são incrivelmente complexos.

Depressão e perda

Às vezes, a depressão surge em resultado de uma grande perda: talvez a morte de uma pessoa querida ou ficar separado de um dos pais devido ao divórcio. Até a morte de um bichinho de estimação pode fazer o adolescente mergulhar no desespero.

Há também tipos menos evidentes de perda. Por exemplo, mudar-se para outro lugar significa deixar para trás um ambiente conhecido e amigos queridos. Até mesmo atingir um objetivo há muito aguardado — como se formar na escola — pode levar o jovem a ter sentimentos de perda. Afinal, ao iniciar uma nova fase na vida a pessoa perde o conforto e a segurança do passado. Há também jovens que têm de suportar uma doença crônica. Nessas circunstâncias, a dor de ser diferente dos colegas — e talvez até ser ignorado por eles — pode fazer o adolescente se sentir anormal.

É verdade que muitos jovens enfrentam essas perdas sem serem totalmente dominados por elas. Ficam tristes, choram, se lamentam, ficam aflitos, mas com o tempo se adaptam às circunstâncias. Por que, então, ao passo que a maioria dos adolescentes suporta as pressões da vida e se adapta a elas, outros sucumbem à depressão? Não é fácil encontrar a resposta, pois a depressão é uma doença complexa. Mas parece que alguns adolescentes são mais vulneráveis.

Depressão Em Adolescentes - Quais São as Causas ?

“Em geral, a depressão de adolescentes não é causada por um único fator, mas por uma combinação de coisas estressantes.” — Dra. Kathleen McCoy.

O QUE causa a depressão em adolescentes? Vários fatores podem estar envolvidos. As mudanças físicas e emocionais resultantes da puberdade podem deixar os jovens inseguros e com medo, o que os torna especialmente suscetíveis a pensamentos negativos. Também, é comum que os adolescentes fiquem mais vulneráveis a emoções negativas quando são rejeitados pelos colegas ou pela pessoa por quem nutriam sentimentos românticos. Além disso, como mencionado no artigo inicial, os adolescentes hoje crescem num mundo deprimente. De fato, vivemos em “tempos críticos, difíceis de manejar”. — 2 Timóteo 3:1.

Algo que agrava o problema é que os jovens estão enfrentando as pressões da vida pela primeira vez e não têm nem a habilidade nem a experiência dos adultos. De modo que muitas vezes eles se sentem como turistas em uma terra desconhecida: assustados com o que os rodeia e, em muitos casos, sem vontade de pedir ajuda. Essas condições podem preparar o terreno para que germinem as sementes da depressão.

Mas há muitos outros fatores que contribuem para a depressão de adolescentes. Vejamos alguns deles.

'Eu Agora Tenho Tribulação'

“Eu sabia que praticar sexo antes do casamento é errado, de modo que me casei primariamente por causa de sexo, embora jamais confessasse isso a ninguém”, admitiu Rui, que se casou aos 18 anos. Alguns adolescentes que querem casar-se talvez até mesmo indiquem 1 Coríntios 7:9, que diz: “Se não tiverem autodomínio, casem-se, pois é melhor casar-se do que estar inflamado de paixão.” Mas, no versículo 36 o apóstolo Paulo recomenda casar-se quando a pessoa estiver além da “flor da juventude”.

Nos anos da adolescência o desejo sexual floresce e se torna muito forte. Contudo, após este surto inicial, o desejo sexual amaina, como a flor que, ao atingir a plena florescência, começa a murchar. Se você se casar na “flor da juventude”, isto poderá distorcer suas razões para o casamento e cegá-lo quanto a certas qualidades negativas num prospectivo cônjuge. Por exemplo, Rui, cujo casamento terminou em divórcio em três anos, acrescentou: “Depois que me casei, descobri que a grande vibração do sexo acaba logo, e daí passamos a ter problemas reais.”

O anteriormente mencionado estudo sobre 48 casais adolescentes descobriu que, depois dos problemas financeiros, a maioria das discussões girava em torno de relações sexuais. O casamento certamente não resolveu todos os problemas. Conseguir relações sexuais satisfatórias no casamento é o resultado de consideração altruísta por pessoas que desenvolveram autodomínio. Portanto, por aprender a controlar seus desejos e por mostrar altruísmo na sua vida de solteiro, você se estará preparando para um casamento feliz. — 1 Coríntios 7:3, 4.

Assim, é o casar-se na adolescência uma decisão sábia? Se estiver cogitando isso, veja os gráficos nas páginas 14 e 15. Baseados em numerosos casos reais, eles mostram quais seriam as suas chances de satisfação marital.

Casar-se é uma decisão com a qual talvez tenha de conviver pelo resto da vida. Certamente, o casamento de adolescentes não é um crime. Mas, quão mais sábio é pôr à prova a força do seu amor por esperar e se certificar de que você desenvolveu os recursos interiores necessários para enfrentar com bom êxito o casamento.

Prestações a Pagar

Contudo, se o casal tem ou não dinheiro suficiente, muitas vezes não é tanto uma questão de tamanho do salário como o é de quais são seus valores, seus ideais e suas expectativas. Certo estudo revelou que “adolescentes esperam poder comprar imediatamente para sua planejada família muitos dos itens que seus pais provavelmente tenham levado anos para adquirir”. Para obtê-los, muitos se afundam em dívidas após o casamento. Em 1977, 65 por cento dos chefes de família com menos de 25 anos nos Estados Unidos estavam sobrecarregados com prestações. Estes pagamentos consumiam mais de 20 por cento da renda anual de um entre seis deles — uma proporção maior do que a de qualquer outra faixa etária e mais do que o dobro da média nacional. Muitos adolescentes recém-casados ainda se debatem com pesadas dívidas.

“Comprar tudo novo e pagar as prestações nos teria arruinado”, disse Jaime. Conforme mencionado no artigo anterior, ele e Ana têm tido um casamento bem-sucedido, embora se tenham casado na adolescência. “Mas não compramos nada novo. Muitos de nossos móveis eram de segunda mão, doados por alguns amigos e por nossos pais. Embora nada do que tínhamos fosse excepcionalmente bonito, era adequado. Com o tempo compramos alguns itens novos, com as nossas economias.” Ana, criada por pais relativamente ricos, achou que o constante racionar e economizar exigiu dela uma verdadeira adaptação.

“Mas eu estava decidida”, disse Ana, “a não forçar meu marido a incorrer em dívidas nem a fazê-lo trabalhar mais só para comprar coisas novas, como tinha visto algumas amigas minhas fazer com seus maridos. Mamãe me ensinou a costurar e nos deu uma máquina de costura. Eu fazia a maior parte das roupas de Jaime. Achávamos que podíamos concentrar a nossa atenção nas coisas importantes, especialmente a nossa adoração, o que nos uniu mais.” Sim, este jovem casal era suficientemente maduro para se contentar com o ‘sustento e com o que se cobrir’ e havia eliminado “as características de pequenino”, por não pensar que a felicidade se deriva de coisas materiais. — 1 Timóteo 6:8-10.

Problemas Financeiros

O problema mais sério de 48 casais de adolescentes entrevistados depois de três meses de casamento era “o manejo da renda familiar” — até mesmo mais difícil do que a criação de filhos ou problemas com parentes do cônjuge. Depois de uns três anos, fez-se a mesma pergunta a 37 desses casais. Novamente problemas financeiros — e sua angústia era ainda maior!

“Que prazer pode a pessoa ter na vida”, perguntou Gil, “se nunca tem dinheiro suficiente para comprar as coisas de que precisa para ser feliz? O dinheiro não é tudo, é verdade, mas se o salário não dá para o mês inteiro, isto pode desencadear muitas brigas e infelicidade”. Entre os adolescentes, em geral, existem o nível mais alto de desemprego e salários mais baixos. “Visto que eu não conseguia sustentar minha família, tivemos de morar com meus pais”, admitiu Rui, que se casou aos 18 anos. “Isto criou verdadeira tensão, especialmente porque tínhamos também um filho.”

“Prepara a tua obra portas afora e apronta-a para ti no campo”, recomenda a Bíblia. “Depois tens de edificar também os da tua casa.” (Provérbios 24:27) Nos tempos bíblicos os homens cultivavam os campos para prover às necessidades de sua família. Eles deviam plantar e criar animais para sustentar a si mesmos e uma família, e daí, depois destes preparativos, ‘edificar uma casa’, ou casar-se e ter filhos. Será que tal preparação similar hoje não eliminaria muita dor de cabeça depois do casamento?

"Tornamo-nos Adultos" - E Nos Separamos

Raimundo, de nove anos, conhece as qualidades de uma boa esposa. “Em primeiro lugar, ela deve gostar de pizza. Em segundo, deve gostar de torta de ricota. Por fim, deve gostar de doce de chocolate”, disse ele. “Neste caso saberei que o nosso casamento durará para sempre.” Obviamente, seus conceitos estão sujeitos a mudanças! “Quando eu era pequenino, costumava falar como pequenino, pensar como pequenino, raciocinar como pequenino”, escreveu o apóstolo Paulo. “Mas agora que me tornei homem, eliminei as características de pequenino.” — 1 Coríntios 13:11.

Mas, têm todos os adolescentes se livrado das “características de pequenino” quando se trata de escolher o cônjuge? Marina, mencionada no artigo anterior, lembra: “Eu estava apaixonada por Ronaldo. Ele era bonitão, muito forte, um bom atleta e muito popular. Eu pensava: ‘Menina!, se eu o conquistar terei conseguido um bom partido.’ Sua aparência e seu prestígio como astro do futebol eram para mim as coisas importantes na ocasião. Nosso casamento tinha de dar certo.” Mas, desmoronou dentro de dois anos.

Marina ficou emocionalmente adulta só depois do casamento. Desenvolveu necessidades e valores completamente diferentes. “Repentinamente, entendemos que a diferença de nossos alvos na vida era quilométrica”, explicou Marina. “Tornamo-nos adultos. Eu agora entendia que necessitava de alguém com quem pudesse relacionar-me intelectualmente. Mas para Ronaldo o esporte era tudo na vida. As coisas que aos 18 anos eram tão importantes para mim de repente nada mais significavam.” Com o tempo e paciência as pessoas podem tornar-se adultas e ainda assim aprender a amar e cuidar de seu cônjuge. Mas, quanta angústia poderia ser evitada por adiar-se o casamento e empenhar-se primeiro em eliminar completamente “as características de pequenino”, tornando-se ‘plenamente desenvolvido na capacidade de entendimento’. Isto também ajudará você a superar o que constitui uma das principais queixas de jovens casais. — 1 Coríntios 14:20.

Quais São Suas Expectativas?

“Não tínhamos noção do que o casamento é realmente”, explicou certa adolescente do Meio-Oeste dos Estados Unidos. “Pensávamos que poderíamos entrar ou sair quando quiséssemos, fazer o que bem entendêssemos, lavar ou não a louça, mas não é assim.” Não há só louça suja para lavar, mas também roupa, e uma casa para manter limpa. As doenças, junto com as despesas com o médico, podem ser devastadoras. “Muitos adolescentes se casam para ‘brincar de casinha’. Ah!, parece tão divertido! A pessoa imagina um bebê como se fosse uma boneca, tão bonitinho e que só serve para brincar, mas não é nada disso”, admite Virgínia, que se casou na adolescência e deu à luz seu primeiro filho aos 20 anos. Certa mãe de 16 anos falou da agonia de ter ficado presa “dentro de casa” com uma criança que “chorou cinco meses a fio”. Ela disse: “Pensei que eu ia enlouquecer.”

Ainda mais difícil é tentar tornar-se “uma só carne” com alguém de personalidade diferente (que pode mudar dia a dia) e tentar suprir às necessidades emocionais íntimas deste alguém. Isto, às vezes, parece impossível! “Os que [se casarem] terão tribulação na sua carne”, disse o apóstolo Paulo. Quão veraz! Sim, “tribulação”, ou “dor e aflição”. — 1 Coríntios 7:28; The New English Bible.

Embora a ‘tribulação na carne’ pressione qualquer casamento, a inexperiência da maioria dos adolescentes e amiúde as suas expectativas irreais tornam seu casamento especialmente vulnerável. Embora nem todos os casamentos de jovens sucumbam a tais pressões, os que são bem-sucedidos precisam transpor o maior dos obstáculos para um bem-sucedido casamento de adolescentes — a imaturidade.

QUÃO sábio é casar-se na adolescência ?

O CASAMENTO não é uma brincadeira. “O homem deixará seu pai e sua mãe, e tem de apegar-se à sua esposa, e eles têm de tornar-se uma só carne”, segundo a Bíblia. Marido e esposa devem formar um vínculo permanente, mais estreito do que com qualquer outro humano. — Gênesis 2:24.

É assim que você encara o casamento? Se for, verá a sabedoria de ‘pensar bem antes de dar o passo’, pois seu cônjuge poderá vir a ser alguém a quem você vai apegar-se — ou alguém com quem vai ‘atolar-se’ para o resto da vida! Acha que casar-se na adolescência é bom para você? Como vimos, muitos desses casamentos resultaram em sofrimento em vez de prazer. O que faz a diferença?

SUPRIR NECESSIDADES BÁSICAS PODE EVITAR A REBELDIA

Embora os pais se alegrem de ver a criança crescer e chegar à maturidade, talvez fiquem intrigados quando o adolescente começa a passar do estado de dependência para o de correta auto-afirmação. Nessa transição, não se espante se o adolescente vez por outra for um tanto obstinado e não cooperador. Tenha presente que o alvo dos pais cristãos deve ser criar um cristão maduro, estável e responsável. — Note 1 Coríntios 13:11; Efésios 4:13, 14.

 Por mais difícil que seja, os pais precisam parar de negar ao adolescente todo e qualquer pedido de maior independência. De maneira sadia, a criança precisa crescer como indivíduo. De fato, com relativamente pouca idade, alguns adolescentes já começam a desenvolver uma visão um tanto adulta. Por exemplo, a Bíblia diz sobre o jovem rei Josias: “Quando ainda era rapaz [de uns 15 anos], principiou a buscar o Deus de Davi.” Esse notável adolescente era, obviamente, um indivíduo responsável. — 2 Crônicas 34:1-3.

 Contudo, a liberdade traz responsabilidade. Assim, permita ao adulto emergente experimentar os efeitos de algumas das decisões e ações dele. O princípio de que “o que o homem semear, isso também ceifará”, aplica-se tanto a adolescentes como a adultos. (Gálatas 6:7) Os jovens não podem viver refugiados para sempre. Mas, que dizer se o filho deseja fazer algo totalmente inaceitável? Como pais responsáveis, terão de dizer “Não”. E, mesmo explicando as razões, nada deve mudar seu “Não” para “Sim”. (Note Mateus 5:37.) Mas tente dizer “Não” com calma e razoabilidade, pois, “uma resposta, quando branda, faz recuar o furor”. — Provérbios 15:1.

17 Os jovens precisam da segurança que a disciplina coerente proporciona, mesmo que nem sempre concordem prontamente com as restrições e regras. Mudar freqüentemente as regras, ao sabor do humor dos pais, é frustrante. Além do mais, se os adolescentes receberem o necessário encorajamento e ajuda para enfrentar a insegurança, a timidez ou a falta de confiança, provavelmente adquirirão maior estabilidade. Os adolescentes apreciam também receber de seus pais um merecido voto de confiança. — Note Isaías 35:3, 4; Lucas 16:10; 19:17.

18 Os pais podem se consolar sabendo que, se houver paz, estabilidade e amor na família, os filhos em geral crescerão sadios e contentes. (Efésios 4:31, 32; Tiago 3:17, 18) Ora, muitos jovens superaram até mesmo um péssimo ambiente familiar, vindos de famílias marcadas pelo alcoolismo, pela violência, ou por alguma outra influência prejudicial, e tornaram-se adultos excelentes. Assim, se você criar um lar em que os adolescentes se sintam seguros e saibam que receberão amor, afeto e atenção — mesmo com restrições e disciplina razoáveis compatíveis com os princípios bíblicos — é muito provável que eles se tornem adultos dos quais você vai se orgulhar. — Note Provérbios 27:11.

CAUSAS DE REBELDIA




7 Uma das principais causas de rebeldia é o ambiente satânico do mundo. “O mundo inteiro jaz no poder do iníquo.” (1 João 5:19) O mundo dominado por Satanás desenvolveu uma cultura perniciosa que os cristãos têm de combater. (João 17:15) Grande parte dessa cultura é mais vulgar, mais perigosa e mais cheia de más influências do que era no passado. (2 Timóteo 3:1-5, 13) Se os pais não educam, não alertam e não protegem seus filhos, eles podem facilmente ser vencidos pelo “espírito que agora opera nos filhos da desobediência”. (Efésios 2:2) Há também a pressão de colegas. A Bíblia diz: “Irá mal com aquele que tem tratos com os estúpidos.” (Provérbios 13:20) Similarmente, quem sempre se associa com os que estão imbuídos do espírito do mundo provavelmente será influenciado por esse espírito. Os jovens precisam de ajuda constante para se conscientizarem de que obedecer a princípios piedosos é a base do melhor modo de vida. — Isaías 48:17, 18.

8 Outra causa de rebeldia pode ser o ambiente no lar. Por exemplo, se um dos pais é alcoólatra, viciado em drogas ou violento com o cônjuge, o conceito de vida do adolescente pode ficar distorcido. Mesmo em lares relativamente tranqüilos pode haver rebeldia se o jovem acha que seus pais não se interessam por ele. Mas a rebeldia juvenil nem sempre vem de influências externas. Alguns jovens rejeitam os valores parentais mesmo tendo pais que aplicam princípios piedosos e que os abrigam, em grande medida, do mundo que os cerca. Por quê? Talvez por causa de outra raiz de nossos problemas: a imperfeição humana. Paulo disse: “Por intermédio de um só homem [Adão] entrou o pecado no mundo, e a morte por intermédio do pecado, e assim a morte se espalhou a todos os homens, porque todos tinham pecado.” (Romanos 5:12) Adão foi um rebelde egoísta, e ele deixou um mau legado para toda a sua prole. Alguns jovens simplesmente optam pela rebeldia, como esse antepassado deles.

Há Um Rebelde na Família?

 Ocasionalmente talvez ouça falar de adolescentes que se rebelam abertamente contra os pais. Pode até ser que conheça pessoalmente uma família em que um adolescente parece impossível de controlar. Contudo, nem sempre é fácil saber se o filho é realmente um rebelde. Ademais, pode ser difícil entender por que alguns filhos se rebelam e outros — da mesma família — não. Se os pais suspeitam que um dos filhos está se tornando um rebelde empedernido, o que devem fazer? Em resposta, primeiro é preciso ver o que é um rebelde.

 Numa definição simples, rebelde é a pessoa que deliberada e persistentemente desobedece ou resiste e desafia uma autoridade superior. Naturalmente, ‘a tolice está no coração da criança’. (Provérbios 22:15) Assim, toda criança vez por outra resiste à autoridade dos pais. Isso acontece em especial no período de desenvolvimento físico e emocional conhecido como adolescência. Mudanças na vida de qualquer pessoa geram tensão, e a adolescência é marcada por mudanças. Seu filho adolescente está saindo da infância e entrando na vida adulta. Por isso, nesse período, alguns pais e filhos custam a se entender. Muitas vezes os pais instintivamente tentam frear a transição, ao passo que os adolescentes querem acelerá-la.

 O adolescente rebelde rejeita os valores dos pais. Mas, lembre-se de que alguns atos de desobediência não fazem da pessoa um rebelde. E, em assuntos espirituais, algumas crianças de início talvez mostrem pouco ou nenhum interesse na verdade bíblica, mas podem não ser rebeldes. Como pais, não se apressem em rotular o seu filho.

6 Será que a adolescência de todos os jovens é marcada pela rebelião contra a autoridade dos pais? De forma alguma! De fato, a evidência parece sugerir que apenas a minoria dos adolescentes manifesta séria rebelião juvenil. Mesmo assim, que dizer do jovem que obstinada e persistentemente se rebela? O que pode levar a tal rebeldia?

Podem os Tóxicos Estragar a Minha Saúde ?

Este é outro aspecto preocupante. A maioria dos jovens reconhece que as chamadas drogas “pesadas” podem matá-los. Mas que dizer das chamadas drogas “leves”, tais como a maconha? São as advertências que você ouve sobre elas mera tática usada para assustar? Em resposta, focalizemo-nos no tóxico chamado maconha.

A maconha (também conhecida como erva, diamba, fuminho, ganja, etc.) tem sido foco de muita controvérsia entre os peritos. E, admitidamente, há muita coisa ainda desconhecida sobre esta droga popular. Por um lado, a maconha é extremamente complexa; um cigarro de maconha (baseado) contém mais de 400 compostos químicos em sua fumaça. Os médicos gastaram mais de 60 anos para compreender que a fumaça do cigarro provoca câncer. Pode, igualmente, levar décadas antes que realmente se saiba o que as 400 substâncias químicas da maconha causam ao corpo humano.

Todavia, depois de analisar milhares de informes de pesquisa, um painel de especialistas do prestigioso Instituto de Medicina dos EUA concluiu: “A evidência científica publicada até a data indica que a maconha possui ampla gama de efeitos psicológicos e biológicos, alguns dos quais, pelo menos sob certas condições, são prejudiciais à saúde humana.” Quais são alguns destes efeitos prejudiciais?

Os Tóxicos Prejudicam o Crescimento ?

Considere os jovens que consomem drogas para fugir dos problemas, como Miguel e Ana. Como demonstramos em nosso capítulo anterior, o crescimento emocional resulta de a pessoa enfrentar os desafios da vida, de lidar com os sucessos e de sobreviver aos fracassos. Os jovens que dependem dum refúgio químico para fugir dos problemas prejudicam seu crescimento emocional. Deixam de cultivar as perícias necessárias para se lidar com os problemas.

Como no caso de quaisquer outras perícias, a habilidade de enfrentar situações exige prática. Para ilustrar: Já observou alguma vez um craque de futebol? Ele consegue usar a cabeça e os pés de formas nada menos do que fantásticas! Todavia, como foi que este craque conseguiu tal habilidade? Por anos de prática. Ele aprendeu a chutar a bola, a correr com ela, a driblar, e assim por diante, até que se tornou um craque nesse esporte.

Cultivar a habilidade de lidar com os assuntos é bem similar. Exige prática — experiência! Todavia, em Provérbios 1:22, a Bíblia pergunta: “Até quando continuareis vós, inexperientes, a amar a falta de experiência, . . . e até quando continuareis vós, estúpidos, a odiar o conhecimento?” O jovem que se oculta atrás duma euforia induzida por tóxicos ‘ama a inexperiência’; ele deixa de cultivar o conhecimento e as perícias necessárias para se enfrentar a vida. Como afirma o livro Talking With Your Teenager (Conversa com Seu Adolescente) sobre os toxicômanos adolescentes: “Jamais se aprende a lição de que se pode sobreviver aos momentos dolorosos da vida sem tais substâncias.”

Ana, que consumia tóxicos como escape, assim confessa: “Durante 14 anos não tenho encarado meus problemas.” Miguel expressou uma idéia parecida, dizendo: “Eu já consumia tóxicos desde os 11 anos. Quando parei, aos 22 anos, eu me sentia uma criança. Eu me apegava aos outros, tentando obter segurança. Vim a compreender que meu desenvolvimento emocional cessou quando comecei a consumir tóxicos.”

“Eu desperdicei todos esses anos de desenvolvimento”, acrescenta Francisco, que consumia tóxicos desde os 13 anos. “Quando parei, cheguei à dolorosa conclusão de que estava totalmente despreparado para enfrentar a vida. Era de novo um jovem de 13 anos, com os mesmos distúrbios emocionais que confrontam qualquer outro adolescente.”

Por que dizer não aos tóxicos ?

“EMOCIONALMENTE, sou uma criança”, diz Miguel, um rapaz de 24 anos. “Às vezes fico com medo e até me sinto intimidado por outros da mesma idade. Sofro de depressão, de insegurança e, algumas vezes, cheguei até a pensar em suicidar-me.”

Ana, de 36 anos, descreve a si mesma como “muito jovem, emocionalmente”, e tendo “pouco amor-próprio”. Acrescenta ela: “Acho muito difícil levar uma vida normal.”

Miguel e Ana colhem as conseqüências duma decisão feita quando eram bem jovens — a de provar tóxicos. Milhões de jovens, atualmente, fazem a mesma coisa — injetam, engolem, cheiram e fumam tudo, desde cocaína à maconha. Para alguns jovens, contudo, ‘tomar drogas’ é uma forma de fugir dos problemas. Outros ficam envolvidos com elas para satisfazer sua curiosidade. Ainda outros consomem tóxicos para amainar a depressão e o enfado. E, uma vez iniciados, muitos continuam a consumir tóxicos pelo simples prazer de consumi-los. Diz Geraldo, de 17 anos: “Eu só fumo [maconha] por causa dos efeitos. Não para ficar frio ou por motivos sociais. . . . Jamais fumei por causa da pressão dos colegas, mas só porque quis.”

De qualquer modo, são grandes as probabilidades de que, mais cedo ou mais tarde, você fique exposto aos tóxicos, ou estes lhe sejam oferecidos diretamente. “Até mesmo os guardas em nossa escola vendem erva [maconha]”, afirma certo jovem. Os equipamentos para o consumo de drogas são abertamente expostos e vendidos. Apesar de sua popularidade, porém, existem bons motivos para você dizer não aos tóxicos. Como assim?

segunda-feira, 29 de março de 2010

Comunicação de Conselho e Correção

Quando alguém o aconselha, mas não entende a sua situação, você acha que o conselho dele não é realístico. Se ele tiver o poder de obrigá-lo a satisfazer suas demandas, você talvez se ressinta disso como sendo injusto. Os pais devem ter em mente que “o coração entendido é o que procura conhecimento”, e que “o homem de conhecimento está reforçando o poder”. (Provérbios 15:14; 24:5) Você pode ter poder sobre seus filhos, mas, se este for reforçado pelo conhecimento e pelo entendimento, você será mais eficiente em se comunicar com eles. Não mostrar entendimento quando se corrige os jovens pode levar a um “conflito de gerações” e ao colapso das comunicações.

 O que fará, se o seu filho entrar em dificuldades, cometendo um sério erro ou algum mal que toma você de surpresa? Nunca deve tolerar o mal. (Isaías 5:20; Malaquias 2:17) Mas, aperceba-se de que então, mais do que nunca, é a hora em que seu filho ou sua filha precisa de ajuda compreensiva, e de orientação perita. Igual a  Deus, poderá na realidade dizer: ‘Venha, e resolvamos as questões; a situação é séria, mas não está além de remédio’. (Isaías 1:18) Acessos de ira ou condenações rudes podem sufocar a comunicação. São demasiados os jovens, que ao cometerem um erro, disseram: ‘Eu não podia falar com os meus pais — eles teriam ficado furiosos comigo.’ Efésios 4:26 diz: “Se você ficar com raiva, não deixe que isto o faça pecar.” (A Bíblia na Linguagem de Hoje) Controle suas emoções, ouvindo o que seu filho ou sua filha tem a dizer. Então, a sua justeza em escutar fará a correção mais fácil de aceitar.

 Talvez não se trate apenas de um incidente, mas de um período de dificuldades, um padrão que evidencia alguma tendência indesejável. Embora a disciplina seja essencial, os pais nunca devem dar a entender, por palavra ou no espírito, que se desinteressaram de seu filho. Sua longanimidade será uma medida da profundeza de seu amor. (1 Coríntios 13:4) Não combata o mal com o mal, mas vença-o com o bem. (Romanos 12:21) Só se causa dano quando o jovem é humilhado diante dos outros, com declarações de que ele é “preguiçoso”, “rebelde”, “não presta” ou “sem esperança”. O amor não deixa de esperar. (1 Coríntios 13:7) O jovem pode ir ao ponto de que se torna delinqüente e parte de casa. Sem expressarem qualquer aprovação, contudo os pais podem manter aberto o caminho para seu retorno. Como? Por mostrarem que não rejeitam a ele, mas o seu proceder. Podem continuar a expressar-lhe sua crença de que ele tem boas qualidades e que esperam que estas vençam. Se vier a ser assim, é provável que ele, igual ao filho pródigo da ilustração de Jesus, possa voltar para casa com a garantia de que sua volta penitente não será recebida com rudeza ou frieza. — Lucas 15:11-32.

Entendimento das Necessidades dos Adolescentes

 “Adquire sabedoria; e com tudo o que adquirires, adquire compreensão.” (Provérbios 4:7) Vocês, pais, devem entender o jeito dos jovens; mostrem que compreendem seus sentimentos. Não se esqueçam de como vocês eram quando jovens. Lembrem-se, também, de que, embora todos os mais velhos já foram jovens e sabem o que significa isso, nenhum jovem jamais foi idoso. O jovem adolescente não quer mais ser tratado como criança, mas ainda não é adulto e ainda não tem muitos dos interesses dos adultos. Ainda quer muita diversão e precisa de tempo para ela.

 Há certas coisas que os jovens querem em especial de seus pais, neste estágio da vida. Querem ser compreendidos; querem ser tratados mais do que nunca como indivíduos; querem orientação e direção coerentes, e que tomem em consideração que eles estão-se tornando adultos; e querem muito sentir-se necessários e apreciados.

 Os pais não devem ficar surpresos por começar a surgir no adolescente certa medida de resistência às restrições. Isto se deve a que os jovens aproximam-se, por fim, da independência e do desejo normal de terem maior amplitude de movimento e escolha. Os bebês indefesos precisam do constante cuidado dos pais, os filhos pequenos precisam de cuidadosa proteção, mas ao passo que se tornam mais velhos, o campo de atividade se amplia, e os vínculos com os de fora do círculo familiar começam a aumentar e a ser fortalecidos. As tentativas de independência podem tornar o filho ou a filha um pouco difícil de se lidar. Os pais não podem permitir que sua autoridade seja desconsiderada ou anulada — para o próprio bem de seus filhos. Mas, podem lidar com isso sabiamente e manter a comunicação, se se lembrarem do que motiva esta conduta, possivelmente perturbadora.

 O que devem os pais fazer, quando se vêem confrontados com o impulso de maior independência de seu filho ou de sua filha? Este impulso é como uma mola comprimida que se segura na mão. Solte-a de repente, e ela sairá pulando sem controle, numa direção imprevisível. Segure-a demais, e você se esgotará e também a enfraquecerá. Mas, solte-a aos poucos, de modo controlado, e ela ficará no seu devido lugar.

Os Anos de Transição

 A adolescência é um tempo de transição, um período em que seu filho ou sua filha não é mais criança, mas ainda não é adulto. Os corpos dos adolescentes sofrem mudanças, e estas afetam as emoções. Os problemas e as necessidades dos adolescentes diferem daqueles do período precedente. De modo que os pais precisam ajustar seu modo de tratar desses problemas e necessidades, porque aquilo que funcionava para uma criança antes da adolescência, nem sempre funcionará para o adolescente. Há necessidade de se apresentarem mais razões, e isto requer mais comunicação, não menos dela.

 A explicação simples que você deu ao seu filho pequeno sobre o sexo, por exemplo, não satisfará as necessidades dos adolescentes. Eles sentem impulsos sexuais, mas o embaraço muitas vezes faz com que se refreiem de se dirigir ao pai ou à mãe com perguntas. Os pais precisam tomar a iniciativa, e isto não será fácil, a menos que se tenham criado e mantido boas linhas de comunicação, em especial por serem cordiais companheiros de seus filhos, no trabalho e na diversão. O começo da ejaculação seminal no rapaz ou da menstruação na moça será menos aflitivo se tiverem sido explicados com antecedência. (Levítico 15:16, 17; 18:19) O pai, talvez num passeio com o filho, possa levantar a questão da masturbação, mencionando que a maioria dos jovens tem pelo menos algum problema com ela, e perguntar: ‘O que se dá com você, neste respeito?’ ou: ‘Acha que isto é problema?’ Até mesmo algumas palestras em família podem tratar de problemas relacionados com a adolescência, contribuindo tanto o pai como a mãe com seu conselho de modo descontraído, mas franco.

Adote um Conceito de Longo Alcance

A maior sobrecarga nas linhas de comunicação entre pais e filhos não vem durante os primeiros anos da vida da criança, mas durante a adolescência — entre os 13 e os 19 anos de idade. Os pais devem reconhecer que vai ser assim. Não é realístico esperarem que, por terem sido os primeiros anos da vida de seus filhos relativamente livres de dificuldades, que os anos posteriores serão iguais. Problemas surgirão definitivamente, e a comunicação clara e eficiente pode ser um fator chave na solução ou redução deles. Reconhecendo isso, os pais precisam olhar para o futuro, pensar no futuro, pois, “melhor é o fim posterior dum assunto do que o seu princípio”. — Eclesiastes 7:8.

 Há muitas coisas envolvidas no estabelecimento, no desenvolvimento e na manutenção das linhas de comunicação da família. No decorrer dos anos, o homem e a mulher podem desenvolver profunda confiança, fé e entendimento mútuo, que tornam a comunicação possível mesmo sem palavras — apenas um olhar, um sorriso ou um toque já lhes podem dizer muito. Eles devem objetivar desenvolver a mesma base forte de comunicação com seus filhos. Antes de o bebê entender a fala, os pais lhe comunicam a sensação de segurança e amor. Enquanto os filhos crescem, se a família trabalhar, brincar e, acima de tudo, adorar em conjunto, fixar-se-ão fortes linhas de comunicação. Manter abertas tais linhas, porém, requer verdadeiro esforço e sabedoria.

Mantenha aberta as linhas de comunicação

COMUNICAÇÃO é mais do que apenas conversar. Conforme o expressou o apóstolo Paulo: Se as suas palavras não forem compreendidas pelo ouvinte, ‘estará, de fato, falando ao ar’. (1 Coríntios 14:9) Será que seus filhos compreendem o que você diz, e entende você realmente o que eles procuram transmitir-lhe?

2 Para haver verdadeira comunicação, precisa haver transmissão de pensamentos, idéias e sentimentos de uma mente para outra. Se o amor pode ser chamado de coração da vida feliz em família, então a comunicação pode ser classificada como o sangue vital. Interrupções nas comunicações entre cônjuges significam dificuldades; são igualmente sérias, se não ainda mais, quando ocorrem entre pais e filhos.

domingo, 28 de março de 2010

Sentir-se Necessário

Talvez o maior anseio seja sentir-se necessário. Por este motivo, os jovens às vezes perguntam aos pais se foram adotados, ou se os pais planejaram ou quiseram seu nascimento. Querem assegurar-se do amor de seus pais. Todos nós almejamos a segurança de saber que temos nosso lugar. Quando os pais reconhecerem as necessidades de seus adolescentes e as suprirem com compreensão, aumentará a felicidade no círculo familiar.

Ajuda Em Fixar Alvos Na Vida

A necessidade de orientação inclui a ajuda em fixar alvos na vida, escolher uma profissão e receber a necessária instrução secular. Cada um deve poder sentir que vale alguma coisa e que aquilo que faz vale alguma coisa. Deve poder ter amor-próprio e orgulhar-se de si mesmo.

Os pais mostram sua preocupação por ajudarem o filho adolescente a escolher a profissão mais apta para ele. Seus “dons”, talentos ou preferências deviam receber consideração. (Veja Romanos 12:6.) Ele deve ser ajudado a fixar alvos atingíveis. Nem todos conseguem alcançar uma posição de destaque. Pode-se atingir alvos com mais realismo quando são fixados cada vez mais alto, ao passo que alvos menores são alcançados.

É uma grande responsabilidade prover a educação que prepara os jovens para enfrentarem os problemas da vida adulta. Os jovens devem ser instruídos e devem desenvolver habilidade numa profissão para que se possam sustentar. (1 Tim. 5:8; Pro. 31:10, 19, 20) Embora Jesus havia de tornar-se o Cristo, seu pai adotivo, José, ensinou-lhe um ofício, de modo que ficou sendo conhecido como o “filho do carpinteiro” e “o carpinteiro”. (Mat. 13:55; Mar. 6:3) O apóstolo Paulo sustentou a si mesmo e os com ele por trabalhar no seu ofício, a fabricação de tendas. — Atos 18:1-4; 20:33, 34.

Na preparação para enfrentarem os problemas da vida adulta e para aceitarem responsabilidades adultas, os adolescentes precisam do apoio de seus pais e incentivo para não se tornarem “desistentes”. Muitas vezes, precisam de ajuda com suas tarefas escolares. Às vezes talvez quase queiram desistir. Em ocasiões assim, os pais podem ser motivo de encorajamento por entenderem as frustrações e falarem francamente com eles sobre este assunto. Se o pai, ou a mãe, ocasionalmente ajudar com problemas difíceis das tarefas escolares, talvez passe a entender melhor as frustrações do jovem com as tarefas e estar em condições de dar sugestões práticas. Ocasionalmente, quando o pai compreensivo passa algum tempo conversando sobre o problema com o adolescente, isto já basta para ajudá-lo a passar pela crise.

Ter Normas Coerentes

Outra necessidade do adolescente é ter normas e orientações firmes e coerentes. Falando sobre este assunto, o Contra-almirante James F. Calvert, superintendente da Academia Naval dos E. U. A., e pai de três filhos, disse recentemente, conforme noticiado pelo jornal The Detroit News:

“A garotada de hoje aprende mais da televisão do que aprenderão de nós. O adolescente de uns 15 anos gasta 20 minutos por dia com leitura e duas horas vendo televisão.”

Depois de comentar o fracasso dos pais quanto a incutir um ‘senso de dever e de orgulho familiar’, ele prosseguiu: “Sem disciplina, não pode haver respeito básico.” Calvert comparou a disciplina humana com a casca de ovo. “Quando está intata”, disse ele, “é um objeto forte e bonito. Quebrada ou rachada, logo se desfaz.

“Os jovens podem não clamar por disciplina, mas precisam dela desesperadamente. A autoridade estrita dos pais desenvolve nos filhos um senso de segurança.”

O adolescente precisa da segurança da disciplina coerente. Talvez não concorde prontamente com a necessidade de algumas das restrições e regras, mas concordará plenamente que seus pais deviam ser coerentes nas suas regras. Ele quer saber o que pode ou o que não pode fazer. Sente-se frustrado quando estas regras são mudadas de um dia para outro, só porque os pais “acham” assim na ocasião. Jesus disse: “Deixai . . . que a vossa palavra Sim signifique Sim, e o vosso Não, Não.” — Mat. 5:37.

As regras e restrições podem ser comparadas a limites. O adolescente necessita que se lhe definam e identifiquem claramente os limites; daí, quer ter a confiança e a liberdade dentro destes limites. Certo pai comparou este fato com a experiência de sua família no aluguel duma casa:

“Encontrava-se num lugar arborizado. Uma das primeiras perguntas que fizemos foi sobre os limites. Queríamos saber: O que se nos permite fazer com a propriedade? Seria necessário saber isso para gostarmos de viver ali. Pode imaginar o desconforto e a frustração se o senhorio mudasse as restrições cada semana, ou algo assim. O mesmo princípio se aplica às restrições impostas aos adolescentes. As regras devem ser razoáveis e coerentes. E, daí, dê-lhes a confiança e a liberdade dentro destes limites.”

As regras não devem ser desarrazoadamente rígidas. Algum acontecimento ou ocasião especial pode ser motivo bastante para se considerar um pedido especial.

Ser Tratado Como Ente Individual



Uma grande necessidade sentida pelo adolescente é ser tratado como ente individual. Charles R. Foster diz no seu livro Psicologia Para a Vida Atual (em inglês):

“Reconhece-se que o ser humano quer mais do que apenas comer e dormir. Quer ser reconhecido como pessoa e quer sentir que é bem sucedido.”

“Certamente, cada pessoa se sente melhor e trabalha com mais eficiência quando pode conseguir algo e quando pode sentir que seu próprio lugar no mundo é importante. A maioria dos estudantes do comportamento social acham que cada ser humano tem algum potencial latente — que cada um sabe fazer alguma coisa bem, ou melhor, se apenas pudermos descobrir o que é.”

Cada adolescente precisa ser considerado como diferente de todos os outros. Os pais ficam sabendo que não há dois filhos iguais. A instrução e a disciplina que funcionam bem para um filho talvez não sejam eficientes para outro. Isto se dá especialmente no que se refere aos adolescentes.

Portanto, não é bom comparar um filho com o outro. Quando se faz comparação do trabalho de alguém com o trabalho melhor de outro, surgem ressentimentos, não incentivo. (Veja 2 Coríntios 10:12) O adolescente quer ser aceito por aquilo que ele é e pode fazer como ente individual. Quer ser amado pelos seus pais pelo que ele mesmo é, e quer ser tratado com bondade humana. Por outro lado, não quer ser sufocado ou sempre tratado como se fosse criança.

Vida despreocupada ?

Alguns acham difícil acreditar que os adolescentes podem mesmo ficar deprimidos. ‘São apenas jovens’, raciocinam os adultos. ‘Levam uma vida despreocupada e sem dúvida não têm as ansiedades dos adultos.’ Ou será que têm? Na verdade, os adolescentes enfrentam pressões muito mais intensas do que a maioria dos adultos imagina. O Dr. Daniel Goleman declara: “Cada sucessiva geração mundial desde o início do século [20] viveu em maior risco que seus pais de sofrer uma grande depressão — não apenas tristeza, mas uma paralisante apatia, desânimo e pena de si mesmo — no transcorrer da vida. E esses episódios estão começando em idades cada vez mais baixas.”

Mas muitos pais talvez argumentem: ‘Nós passamos pela adolescência sem ficar deprimidos. Por que nossos filhos são esmagados por sentimentos negativos?’ Mas os adultos não devem comparar sua adolescência com a dos jovens de hoje. Afinal, as pessoas encaram o mundo ao seu redor e reagem a ele de forma diferente.

Além disso, os adolescentes de hoje enfrentam um desafio extra. “Eles crescem em um mundo bem diferente daquele que os pais enfrentaram quando eram jovens”, escreve a Dra. Kathleen McCoy no livro Understanding Your Teenager’s Depression (Entenda a Depressão do seu Filho Adolescente). Depois de citar várias mudanças significativas que ocorreram nas últimas décadas, a Dra. McCoy conclui: “Os adolescentes hoje se sentem menos seguros, menos confiantes e menos esperançosos do que nos sentíamos uma geração atrás.”

Efeitos devastadores

A depressão tem efeitos devastadores sobre os adolescentes. Na verdade, os especialistas acreditam que ela é uma das causas básicas dos distúrbios alimentares, das doenças psicossomáticas, das deficiências de aprendizagem e do abuso de drogas e álcool por parte de adolescentes.

O mais trágico é que a depressão está ligada ao suicídio de adolescentes. Segundo o Instituto Nacional de Saúde Mental, dos EUA, até 7% dos jovens gravemente deprimidos tiram a própria vida. Mas nem isso revela a abrangência do problema porque, segundo se acredita, para cada jovem que se suicida muitos outros tentam fazer isso. Assim, um relatório do Conselho Carnegie sobre o Desenvolvimento dos Adolescentes tem boas razões para afirmar: “Atualmente, não levar a sério os problemas dos adolescentes é brincar com o perigo. Esse tipo de negligência coloca toda uma geração em perigo.”

Uma geração em perigo



“Até dois meses atrás, eu era feliz e bem-disposto. Agora, toda vez que tenho oportunidade de fazer algo, estou cansado demais. Eu me sinto péssimo e me irrito tão facilmente que não sei como alguém me suporta. É difícil dizer por que me sinto tão mal, assim de repente.” — Paul.

“Eu choro e sinto uma dor muito grande. Quando não é a dor, é como se estivesse morta por dentro. Nada melhora o meu humor. Não gosto mais de estar com meus amigos. Durmo demais. Na maioria dos dias, não consigo me levantar para ir à escola e minhas notas já caíram muito.” — Melanie.

PAUL e Melanie não são os únicos. Estudos indicam que aproximadamente 8% dos adolescentes dos Estados Unidos sofrem de alguma forma de depressão e todo ano cerca de 4% ficam gravemente deprimidos. No Brasil, uma pesquisa indicou que 20% dos alunos de escolas públicas apresentam sintomas depressivos. Mas estatísticas não dão uma idéia clara do pleno alcance do problema, porque a depressão muitas vezes é diagnosticada incorretamente ou passa totalmente despercebida. “De fato”, escreve o psicólogo de adolescentes David G. Fassler, “depois de analisar pesquisas feitas com crianças e adolescentes, acredito que mais de um em cada quatro jovens terá um episódio grave de depressão até completar 18 anos”.

Gravidez precoce - calamidade mundial

A GRAVIDEZ precoce vem sendo comparada a uma epidemia. É no impacto sobre uma adolescente assustada que se vêem as trágicas proporções desse problema. Para dizer o mínimo, ela vai experimentar mudanças drásticas na vida que deixarão marcas profundas não apenas em si mesma, mas também na família e em outras pessoas queridas.

Os adolescentes estão numa fase da vida que a Bíblia chama de “flor da juventude” — época em que os impulsos sexuais estão no auge. (1 Coríntios 7:36) No entanto, estaríamos minimizando a complexidade da gravidez precoce se achássemos que a solução se encontra no uso de métodos contraceptivos. Evidências indicam que a gravidez precoce abrange questões complexas de ordem social e emocional.

Aids - uma crise para os adolescentes

A EPIDEMIA de AIDS não respeita idade, nem diferença de gerações. Notícias de todo o mundo fornecem prova trágica de que “A AIDS Está-se Espalhando Entre os Adolescentes, Uma Nova Tendência Alarmante Para os Especialistas”, segundo proclamado na manchete de um artigo do jornal The New York Times sobre a AIDS. A extensão da infecção pela AIDS entre os adolescentes “será a próxima crise”, disse o Dr. Gary R. Strokash, diretor da área de medicina para adolescentes de um famoso centro médico de Chicago. “É pavoroso e vai ser devastador”, disse ele. “Não resta dúvida”, lamentava o Dr. Charles Wibbelsman, chefe da clínica para adolescentes do Centro Médico Kaiser Permanente, em São Francisco, “de que a epidemia de AIDS, nos anos 90, caso não haja nenhuma vacina, grassará entre . . . os adolescentes”. Falando sobre adolescentes já infectados pela AIDS, a observação feita por um famoso educador de Nova Iorque sobre assuntos de AIDS foi a seguinte: “Achamos que se trata de uma situação crítica de emergência.”

O jornal The Toronto Star, do Canadá, deu em manchete a ameaçadora perspectiva de disseminação da AIDS entre os adolescentes. “No momento, é muito pior do que qualquer pessoa se dá conta”, disse um médico. “Acho que é um problema terrível que nós não podemos realmente controlar. Com o tempo notaremos realmente quão grave é.” A frase simples desse médico torna-se a opinião unânime das autoridades de saúde e dos líderes governamentais em todo o mundo, à medida que o flagelo da AIDS aumenta vertiginosamente.

Até recentemente, os especialistas em AIDS não focalizavam os adolescentes como um grupo de alto risco de infecção pelo HIV (sigla, em inglês, de vírus da imunodeficiência humana), que provoca a AIDS. “Estamos falando de algo que, há apenas um ano, era apenas uma possibilidade teórica”, disse um médico de Nova Iorque. No entanto, “os médicos, que há apenas cerca de um ano não tinham nenhum paciente adolescente infectado, têm agora uma dúzia ou mais”, noticiou o The New York Times.

Os pesquisadores acham que, embora sejam alarmantes as informações disponíveis sobre os adolescentes infectados pela AIDS, isso é apenas uma pequena amostra da ponta dum iceberg, uma vez que os sintomas muitas vezes não surgem, em média, senão depois de sete a dez anos depois da infecção. Assim, os infectados com o HIV no início da adolescência talvez não manifestem sintomas plenos da AIDS senão ao findar a adolescência ou com seus 20 e poucos anos.

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Os Clubes Noturnos Atuais

O panorama das discotecas, de uma década atrás, tornou-se conhecido como um antro ideal para germinar a imoralidade sexual, a toxicomania e até o homossexualismo. E as coisas mudaram muito pouco desde então. Embora a música (nos Estados Unidos, é muitas vezes chamada de house music ou simplesmente de dance music [música para quem não sabe dançar] e os passos da dança tenham mudado, a atmosfera, em muitas casas noturnas, faz-nos lembrar, de forma alarmante, o cenário imoral das discotecas.

Num artigo da revista Life sobre house music, um aficionado afirma: “A dance music, em sua forma mais elementar, tem sempre um sentimento tribal — ritmo pesado e compasso erótico, arrebatando até que uma espécie de êxtase comunal se apodera da pessoa. Algo está faltando na selva das cidades, e a house music preenche aquele pulsante vazio.” David Piccioni, um dj [disc-jockey, ou discotecário] de Nova Iorque, diz: “O objetivo é soltar-se por completo a noite toda.”

Em vista das recentes manias, tais como a imoral lambada, a revista Mademoiselle declarou: “Sexo: Saiu dos banheiros e foi para o seu devido lugar — a pista de dança. Nos velhos tempos (os anos 70), a pista de dança era para os passos preliminares e os banheiros eram para o sexo e os tóxicos. Agora que todos se preocupam com a AIDS, os banheiros são para ajeitar-se e a pista de dança é onde você observa as outras pessoas fazerem sexo. Ou fingirem fazer sexo.” Sim, a música pode ser usada para criar uma disposição que acabe com as inibições morais e incite a sexualidade.

Que dizer dos clubes noturnos?

“PRECISAMOS nos distrair um pouco.” “Vamos lá somente para dançar.” “Todo o mundo está freqüentando.” “Só queremos divertir-nos um pouco.” Foi assim que vários jovens explicaram a um repórter de Despertai! por que eles freqüentavam clubes noturnos. Tais casas noturnas são muitíssimo populares entre muitos jovens e, caso elas existam em sua comunidade, talvez você mesmo já tenha pensado em ir a uma delas.

Atualmente, muitos jovens estão afluindo aos seguintes tipos de clubes, segundo descrito pela revista Friday: “Qualquer hora é tempo de festa, e uma hora boa é hoje à noite. Para os desinibidos, a festa nunca pára. A febre da dança está varrendo a cidade num dilúvio de refrigerantes, raios de luzes néon e música de ritmo excitante, que não deixa ninguém ficar sentado. ‘Os clubes agora têm algo para todos os gostos. . . . Há clubes que atendem ao gosto de jovens profissionais, de universitários, de gays e de gente mais idosa.’”

Para as pessoas sofisticadas, há clubes que exigem pesada taxa para sentar-se nas mesas da frente, um guarda-roupa caro, e até mesmo o comportamento correto, para ser admitido. Para os não tão abastados, existem clubes de ambiente menos luxuoso que oferecem uma atmosfera festiva a um preço mais em conta. E para os bem jovens ainda (ou não tão “perdidos”) entrarem nos clubes para adultos, existem “matinês”, “tardes dançantes”, “clubes da petizada”, que supostamente não servem bebidas alcoólicas.

Não é difícil de entender por que os clubes noturnos atraem tanto muitos jovens. Quando se é jovem, é somente natural querer divertir-se. (Compare com Eclesiastes 11:9.) Um baile noturno pode parecer uma maneira saudável de aliviar as tensões da escola e do trabalho. Mas, exatamente quão saudáveis são os clubes noturnos?

Sônia, uma jovem que costumava freqüentar clubes noturnos, admite: “A idéia parece bastante inocente. Você vai dançar e divertir-se. Mas, com freqüência, acontece muito mais do que isso. Você começa a ir a clubes onde a música e a moçada são bem animadas. Logo conhece todos os freqüentadores regulares, e passa a ser também uma freqüentadora regular. A idéia é dançar — e conhecer alguém. E, quer este seja seu alvo, quer não, sempre é o deles.” Estará Sônia exagerando?

Por que alguns saem escondidos

Às vezes os jovens só querem fugir da monotonia e se divertir com os amigos. O livro Adolescents and Youth (Adolescentes e Juventude) explica que os jovens saem escondidos “por causa de alguma restrição, como não poder voltar para casa tarde da noite, ou por não poder ir a um evento social porque foram proibidos de sair de casa. O jovem arruma um jeito de sair e às vezes consegue voltar para casa sem ser descoberto”. Uma garota de 16 anos explicou por que sai escondida: “Até parece que sou uma criancinha que não sabe o que faz. Eu tenho de voltar para casa bem mais cedo do que todo mundo. E meus pais não me deixam ir a lugares que meus amigos vão . . . É por isso que invento alguma desculpa e dou um jeito de sair assim mesmo.” Jorge, mencionado no início, começou a sair escondido aos 14 anos, quando foi a um concerto de rap a que seus pais o tinham proibido de ir.

É verdade que a maioria dos jovens não saem escondidos planejando fazer uma coisa errada. Tatiana, a jovem citada no início, explica: “A gente não saía com a intenção de cometer um pecado grave. Eu só queria acompanhar minha irmã, que queria sair para se divertir com os amigos.” Jorge diz: “A gente saía com os amigos para passear e bater papo.” Mas, embora sair com os amigos dificilmente resulte em crimes graves, muitos jovens acabam se metendo em dificuldades.

O que há de errado em sair escondido ?

“Saíamos escondidos à meia-noite e íamos para a lanchonete com a turma. Depois íamos para um morro. Todo o mundo fumava, menos eu. Ficávamos sentados, batendo papo e ouvindo heavy metal. Só voltávamos para casa às 5 da manhã, antes de meus pais acordarem.” — Tatiana.

“Depois que meu pai saía para trabalhar e minha mãe já estava dormindo, eu escapava de fininho pela porta da frente. Deixava a porta aberta para que ela não ouvisse o barulho ao fechá-la. Saía com meus amigos e ficava a noite inteira fora. Quando amanhecia, já com o sol aparecendo, eu tentava entrar de fininho. Às vezes ela descobria e trancava a porta para não me deixar entrar.” — Jorge.

SAIR escondido parece emocionante e divertido. É uma maneira de ter liberdade por algumas horas, de fazer o que bem entende sem dar satisfação a ninguém. É provável que você já tenha ouvido seus colegas contarem vantagem sobre as coisas que fazem e como se divertem quando saem à noite sem o conhecimento dos pais. Talvez se sinta tentado a juntar-se a eles.

Numa pesquisa feita entre 110 estudantes do ensino médio nos Estados Unidos, 55 admitiram que já haviam saído escondidos pelo menos uma vez. A maioria fez isso pela primeira vez aos 14 anos. O problema é tão grave que alguns especialistas recomendam que os pais instalem sistemas de alarme eletrônico na casa para impedir que os filhos saiam sem avisar. Por que tantos jovens fazem isso mesmo se arriscando a levar a maior bronca dos pais?

' Mas Eu Estudo Mesmo '

Talvez alguns jovens objetem dessa forma. Acham sinceramente que já se empenham ao máximo, mas não conseguem resultados. Há alguns anos, porém, os pesquisadores observaram que as crianças de certos grupos étnicos iam continuamente mal na escola. Muitos punham de lado os problemas, afirmando: ‘Estes jovens não se interessam em estudar.’ Mas, não era nada disso. Então, por que falhavam? Celestino Fernandez e outros pesquisadores da Universidade de Stanford, Califórnia, EUA, decidiram descobrir isso.

Entrevistaram cerca de 770 estudantes e perguntaram quanto esforço eles achavam que despendiam em seus deveres escolares. Para surpresa de todos, os estudantes com notas baixas julgavam que se empenhavam tanto quanto os demais! Todavia, quando se examinaram seus hábitos de estudo, descobriu-se que, em realidade, faziam muito menos deveres de casa do que seus colegas de alto desempenho. Parece que os professores deles eram, pelo menos parcialmente, responsáveis por tal delusão. Talvez julgassem, para começar, que tais jovens de baixo desempenho não eram capazes de realizar muita coisa. Ou talvez achassem que simplesmente ser calorosos e amigáveis com eles era o bastante para motivá-los a melhorar. Seja qual for o caso, parece que os professores elogiaram muitíssimo os esforços mínimos desses estudantes. Notas que permitiam passar de ano foram dadas simplesmente por freqüentarem as aulas. Os jovens passaram a achar que já se haviam empenhado tão arduamente quanto podiam. Assim, pouco fizeram para melhorar.

Caso suas notas sejam baixas, não poderia ser o caso de também exagerar na avaliação de quanto estuda? Em muitas localidades, os padrões escolares foram rebaixados — se é que não foram totalmente eliminados. Sabendo que podem passar com facilidade, os jovens pouco se empenham e quase nada recebem da escola. Mas, procure não cair neste lamaçal de mediocridade! Pergunte-se: ‘Exatamente quantas horas gasto cada noite na preparação escolar? Encaro o estudo como algo sério, ou só faço esforços capengas? Dou prioridade a atividades menos importantes, como ver TV?

Este exame de si mesmo poderá levá-lo a um reajuste total em seus hábitos de estudo. Ora, apenas aumentar o tempo que gasta estudando pode ter efeitos dramáticos sobre suas notas. Considere o que tinha a dizer certo estudo publicado no Journal of Educational Psychology (Revista de Psicologia Educativa). Depois de analisar os hábitos de estudo de milhares de jovens estudantes de 2.° grau, concluiu que “um aumento do tempo gasto em deveres de casa exerce efeito positivo sobre as notas no 2.° grau”. Efetivamente, julga-se até que “com 1 a 3 horas de deveres de casa por semana, o estudante mediano de pouca capacidade pode tirar notas comensuráveis com um estudante de capacidade mediana que não faça seus deveres de casa”.

O apóstolo Paulo tinha de figurativamente ‘surrar o corpo’ para atingir seus alvos. (1 Coríntios 9:27) Talvez precise, igualmente, estabelecer uma diretriz dura para si mesmo, em especial se for facilmente desviado do estudo pela TV ou por outras distrações. Recomenda o dr. Ed Olive: “Faça um contrato consigo mesmo. Por exemplo: Diga a si mesmo: ‘Vou obrigar-me resolutamente a estudar uma hora por dia, pelo menos.’” Pode-se incluir neste “contrato” algumas recompensas (‘Vou comer aquele sanduíche quando terminar de estudar’) e até castigos (‘Se não estudar, não verei TV neste fim-de-semana!’). Poderia até tentar pôr um aviso na TV, dizendo: “Nada de TV até terminar os deveres de casa!”, como lembrete útil.

Fixe Alvos Pessoais

Contudo, mesmo os jovens que querem sair-se bem, muitas vezes nutrem sentimentos negativos sobre si mesmos. Imaginam-se tão desamparados como “uma onda do mar, impelida pelo vento e agitada” de um lado para o outro, quando se trata de sair-se bem na escola. (Tiago 1:6) Segundo a professora Linda Nielson, tais pessoas tendem a “lançar a culpa pelo seu mau desempenho [escolar] sobre fontes além de seu controle: injustas perguntas nas provas, professor preconceituoso, má sorte, o tempo”. Erguendo as mãos, desencorajados, afirmam: ‘De que adianta? Não sou nenhum gênio. Provavelmente vou ser mesmo reprovado.’

No entanto, o segredo de boas notas não consiste em ser “gênio” ou em ter “sorte”. A revista Teen (Adolescente) recentemente entrevistou alguns estudantes de 2.° grau que tiveram excelente desempenho. Qual o segredo deles? “A motivação pessoal ajuda a pessoa a ir em frente”, disse um deles. “Obrigar-se a seguir um horário e organizar seu tempo”, disse outro. “É preciso estabelecer alvos para si mesmo”, disse ainda outro. Sim, na maior parte, quão boas serão suas notas, depende não de fatores além de seu controle, mas só de VOCÊ — de quão arduamente está disposto a esforçar-se.

Assim sendo, por que não fixa para si mesmo alvos quanto a notas, alvos comensuráveis com sua capacidade? (Sem dúvida seus pais terão muito o que dizer sobre que notas eles acham que você é capaz de tirar.) Conforme escreve a professora de 2.° grau e escritora Bárbara Mayer, em The High School Survival Guide (Guia de Sobrevivência na Escola de 2.° Grau): “Os estudantes que fixam alvos acadêmicos realísticos, e então crêem ser capazes de atingi-los, provavelmente surpreenderão até a si mesmos em seu êxito.”

Assim, se suas notas não estiverem à sua altura, não lance a culpa em seus professores nem na escola. Como expressou-se certo escritor, os estudantes “muitas vezes fracassam porque estão tentando conseguir algo a troco de nada”. Ou, como se expressa a Bíblia: “O preguiçoso mostra-se almejante, mas a sua alma não tem nada.” (Provérbios 13:4) Sim, às vezes o verdadeiro culpado por trás de notas ruins é a preguiça. Qual o remédio? Estudo e árduos empenhos, no estilo antigo!

"Não Queria Ser Sabida Demais"

Qual é sua atitude para com o aproveitamento escolar? Alguns realmente receiam tirar boas notas. Rosalina (de 13 anos) disse: “Respondia às perguntas apenas para tirar notas que me permitissem passar — não queria ser sabida demais.” Por quê? “Preocupava-me realmente com o que os rapazes iriam pensar. Caso eu respondesse a muitas perguntas, eles diriam: ‘. . . ela é uma sabichona!’” Outra jovem recorda-se similarmente: “Não queria que nenhum deles pensassem que eu tentava ser melhor do que eles.”

A reputação de sabichão ou sabichona talvez não lhe dê uma boa classificação nas pesquisas de popularidade. Com efeito, as pesquisas revelam que, entre os estudantes de 2.° grau, o atleta é muito mais apreciado do que o estudante brilhante. O sabichão talvez até mesmo verifique que outros o fustigam. Miguel, que freqüenta uma escola em que os estudantes são agrupados segundo sua capacidade, afirma: “A garotada dos níveis ‘inferiores’ não recebe nenhum dever de casa — os professores sabem que não os fariam mesmo. Assim, zombam de nós, nos níveis ‘superiores’, porque recebemos todos aqueles deveres de casa!”

Deveria, assim, bancar o cabeça-dura? Isso talvez aumente sua popularidade entre alguns grupinhos, mas que dizer dos resultados a longo prazo? Como se sentirão seus pais se seus trabalhos escolares não refletirem suas capacidades? E não poderia dar-se que notas medíocres até lhe fechem as portas para oportunidades futuras, tais como as de um bom emprego? Os jovens que o desestimulam de fazer seu melhor — ou que até mesmo zombam de você por isso — revelam-se invejosos e inseguros. Tal inveja é ‘animalesca’ e ‘vil’, segundo a Bíblia. (Tiago 3:14-16) Por que rebaixar-se a tal nível por tentar agradar os invejosos? Será que até mesmo vale a pena associar-se com jovens que o incentivem a obter resultados inferiores? Aconselha a Bíblia: “Quem anda com pessoas sábias tornar-se-á sábio, mas irá mal com aquele que tem tratos com os estúpidos.” (Provérbios 13:20) Assim, evite os que procuram tentar impedi-lo de estudar. Aprender é muito mais importante do que agradar os “estúpidos [ou, tolos]”.

Como Posso melhorar minhas notas?

“É UMA jovem excelente, inteligente e operosa também. Não poderiam desejar alguém melhor!!!” Assim dizia o boletim escolar duma jovem, sob o tópico “Comentários da Professora”. E uma espiada nas menções honrosas obtidas por ela explicava o entusiasmo de sua professora. Eis ali uma adolescente que não receava levar para casa seu boletim escolar!

Mas, ao passo que as notas não são tudo na vida, elas são realmente indicadores úteis de seu progresso escolar. E, sem dúvida, pensa como o Ivan, um adolescente que disse: “Quero aprender algo. Não desejo apenas freqüentar a escola para passar tempo.” (O grifo é nosso.) Como, então, poderá obter notas respeitáveis na escola?

'Não, Você Não Pode Dirigir!'

Em vista de todos estes fatos, será de admirar que algumas pessoas tenham conclamado os governos para aprovar leis que elevem a idade para se obter uma carteira de habilitação, pedindo até que haja limites de horários em que eles possam dirigir. Mais pertinente, porém, pode ser a reação de seus pais.

Conhecendo bem os riscos para os motoristas adolescentes, alguns pais se recusam a permitir que seus filhos dirijam um veículo mesmo quando eles atingem a idade legal. Um genitor disse: “Não permitimos que nosso filho de 16 anos dirija. Lemos jornais e sabemos o que pode acontecer. Não vou morrer de preocupação toda vez que ele sair dirigindo.”

Tal posição talvez pareça injusta e desarrazoada para você. Afinal de contas, você talvez seja um jovem sério e consciencioso, não se inclinando de forma alguma a pôr em risco sua vida e a de outros. O problema é: Como é que poderá convencer seus pais disso? Nossa próxima edição considerará esta questão.

Por Que Muitos Jovens São Maus Motoristas

Afirma o livro The Family Handbook of Adolescence (O Livro Familiar da Adolescência): “A destreza física é uma questão relativamente pequena quanto ao dirigir um veículo. . . . A habilidade física quase sempre antecede a capacidade emocional.” Sim, parte do problema com os motoristas jovens é a natureza da própria juventude. Salomão disse que “a beleza dos [homens] jovens é o seu poder”, isto é, eles talvez primem pela força e pelas habilidades. (Provérbios 20:29) No entanto eles, muitas vezes, carecem tristemente de bom juízo. Deveras, por dirigirem de modo temerário, alguns jovens têm mostrado que a tolice ainda se acha bem “ligada ao coração” deles. — Provérbios 22:15.

Alguns se inclinam assim a ser descuidados, a usar o carro em busca de emoções e excitação, a ousar e deixar-se envolver nas temeridades dos outros. Nas mãos de tais jovens, um carro é uma arma potencial de homicídio; uma carteira de motorista, uma licença para matar. Considere, à guisa de exemplo, um acidente envolvendo um jogador de futebol americano duma escola de segundo grau, chamado Harvey, de 17 anos. Na primeira noite que saiu sozinho de carro, Harvey disparou num cruzamento — e atropelou uma mãe e seu filho.

O treinador de atletismo de Harvey indicou a causa da tragédia: “Se me tivessem perguntado, eu lhes teria dito que Harvey não estava emocionalmente preparado para dirigir. Tem gênio ruim no vestiário e apoquenta outros jogadores. Gosta de brilhar e de desafiar os outros. Sua atitude mental se mostrou na sua maneira de dirigir logo que ficou sem supervisão. O rapaz simplesmente tinha de ser o primeiro quando o sinal mudou para verde.”

É triste dizê-lo, mas muitos jovens que têm carteira de habilitação igualmente ‘não estão emocionalmente preparados para dirigir’. Ronald M. Weiers, em seu livro Licensed to Kill (Têm Licença Para Matar), citou um estudo feito por uma das principais seguradoras dos EUA sobre motoristas adolescentes. Tal estudo apontava “o descuido, a exuberância e a tendência de ‘se mostrar’, nos anos da adolescência”, como um dos principais fatores envolvidos em muitos acidentes de carro relacionados com motoristas adolescentes.

De especial preocupação é o número bem grande de jovens que pegam a estrada sob a influência do álcool. As estatísticas mais recentes, nos Estados Unidos, mostram que motoristas com menos de 21 anos constituem quase que um quarto dos motoristas alcoolizados, envolvidos em acidentes fatais. Explicam os autores de How to Survive Your Adolescent’s Adolescense (Como Sobreviver à Adolescência de Seu Adolescente): “Dirigir alcoolizado é especialmente comum entre os adolescentes por três motivos: (1) eles são inexperientes em lidar tanto com a bebida como com a direção dum veículo, e, assim, possuem menos vivência na qual se basear para fazer decisões, tanto sobre uma como sobre outra questão; (2) eles estão tentando impressionar seus amigos por mostrar-lhes quão ‘maduros’ são; e (3) eles não acham que ser presos por dirigirem bêbedos, ou sofrerem um acidente, seja algo que poderia acontecer com eles, apenas com os outros. Mas as estatísticas da última década demonstram bem incisivamente que até 60 por cento dos mortos em acidentes por dirigirem bêbedos são adolescentes.”

Motoristas Adolescentes: O Registro Fala por Si

O Dr. Ginott comentou: “Há jovens de 16 anos [nos EUA] que dirigem um carro com perícia e confiança; dirigem melhor que os pais. Em contraste, há jovens de 18 anos tão imaturos que seria irresponsável deixá-los assumir o volante.”

Os fatos comprovam a veracidade desta acusação. O Statistical Abstract of the United States 1988 (Informe Estatístico dos Estados Unidos 1988) mostra que motoristas com 21 anos, ou menos, constituem apenas cerca de 10 por cento da população de motoristas. Todavia, compõem tristes 20 por cento dos motoristas envolvidos em acidentes automobilísticos em que há mortes. Ademais, segundo o livro Driving High: The Hazards of Driving, Drinking, and Drugs (Dirigir Alto: Os Riscos de Dirigir, Beber, e os Tóxicos), os acidentes de carro nos EUA, são a principal causa de mortes de pessoas entre 16 e 19 anos! Outros milhares de jovens portam cicatrizes ou ficaram aleijados para o resto da vida, devido a acidentes de carro.

Muitos de tais ferimentos poderiam ter sido evitados se os motoristas jovens tivessem tomado a simples precaução de usar cintos de segurança. O Dr. David Hochberg, contudo, lamenta que muitos jovens insistem no “direito” de dirigir sem ser tolhido por restrições que salvam vidas. Dirigindo-se diretamente aos jovens, Hochberg diz: “Eu me coloco ao lado da maca daqueles que sobrevivem, avalio seus ferimentos e planejo os curativos necessários. Faço a pergunta que tenho proposto centenas de vezes: ‘Por que não estava usando seu cinto de segurança . . . ?’ Em suma, os valentões e os convencidos respondem: ‘Eu tenho os meus direitos, doutor.’”

Com demasiada freqüência, porém, os “direitos” juvenis colidem com os direitos de outros à saúde e à felicidade. Um artigo publicado na revista Car and Driver informava sobre um estudo que mostrava que “os motoristas adolescentes matam outras pessoas com mais freqüência do que a eles mesmos. Mais da metade de todas as pessoas mortas em colisões em que um adolescente era responsável, ou viajavam com o adolescente ou ocupavam o veículo ‘não-responsável’ pelo acidente”. O artigo concluía que “expresso de forma simples, os motoristas adolescentes podem ser razoavelmente encarados como nada menos do que uma ameaça”.

Este triste registro sobre dirigir veículos existe apesar de os motoristas jovens terem melhores reflexos, visão mais aguçada, melhor audição, maior destreza manual, e, não raro, melhor entendimento de mecânica de automóvel do que os mais idosos. Como é óbvio, apenas a habilidade natural não torna uma pessoa um motorista competente, assim como tampouco o faz o fato de alguém ter atingido a idade legal e possuir o conhecimento necessário para passar nos testes de motorista.

Estou habilitado a dirigir um veículo ?

“UM ADOLESCENTE sem carteira [de habilitação de motorista] simplesmente não é um adolescente.” Sem dúvida muitos jovens compartilham os sentimentos expressos por este adolescente. Expressando-o de modo brando, em muitos países, eles mal conseguem esperar para colocar-se atrás do volante dum carro.

Para muitos jovens, a carteira de habilitação é símbolo de status e de madureza. Ter habilitação para dirigir significa liberdade, sair de debaixo da supervisão parental. Significa mobilidade, não mais ter de depender dos pais ou de irmãos e irmãs mais velhos para seu transporte. Admitidamente, nem todos os jovens têm motivos sólidos para querer dirigir um veículo. Alguns, por exemplo, desejam poder dirigir por causa das possibilidades românticas que isso abre para com o sexo oposto. E, como o Dr. Haim G. Ginott comentou em seu livro Between Parent & Teenager (Entre Pais e Adolescentes), no caso de alguns jovens, um carro “representa . . . poder, velocidade e excitação”.

Todavia, um carro conduzido de forma madura e responsável pode ser de verdadeira utilidade. Muitas Testemunhas de Jeová jovens, por exemplo, fazem bom uso dum carro em seu ministério público. Um carro também permite que o jovem execute tarefas de ajuda para outros, e auxilie os que precisam de transporte para ir às reuniões cristãs.

Presumamos, então, que você já tenha alcançado a idade legal para dirigir. Tomou lições de direção, numa auto-escola, e estudou cuidadosamente as regras de trânsito. Conforme as leis locais, sob a direção de seus pais (ou da auto-escola), obteve alguma experiência de direção. Talvez tenha passado nos exames de motorista e conseguido uma carteira de habilitação. Significa tudo isto que você esteja agora habilitado a dirigir? Não necessariamente.

"ser compreendido"

A maioria dos adolescentes gostam de festas. Em vista da conduta prevalecente em algumas destas festas, os pais talvez não queiram que seus filhos participem nelas. Mas, proibir totalmente que vão a festas desanimaria os jovens e os tornaria deprimidos. (Col. 3:21) Se os pais providenciam reuniões sociais, têm o direito de controlar a lista dos convidados e de supervisionar as atividades, evitando assim muitos problemas. Quando os jovens participam no planejamento, tudo sairá muito mais bem sucedido.

Quando um adolescente comete um erro e se mete em encrencas, então, mais do que nunca, precisa de compreensão. Os pais farão bem em refletir na sua própria juventude e em lembrar-se de seus próprios erros por inexperiência juvenil. Neste caso, resistirão mais prontamente à tendência de exceder-se na ação e de ser críticos demais. Se quiserem que seus filhos adolescentes venham a eles quando estão em dificuldades, terão de criar um motivo de confiança pela maneira em que reagem diante de infrações menores.

Quando o erro é apenas um engano irrefletido, os pais devem mostrar grande bondade e consideração. Devem fazer todo empenho para explicar o que estava errado e como evitar a repetição do erro. Mas não se deve dizer ao jovem que ele é mau.

Mas, o que devem fazer os pais quando seus filhos adolescentes se envolvem em sérios problemas de disciplina na escola, ou em dificuldades com a polícia, com drogas ou com imoralidade? Os pais podem esperar que o treinamento anterior impeça isso. Mas, suponhamos que algo assim aconteça? A ocasião em que o adolescente precisa mais de ajuda e orientação perita é então.

Um problema assim é muito aflitivo para os pais. Eles costumam perguntar: “Em que erramos?” Muitas vezes ameaçam ou condenam o filho refratário, o que tende a amargurá-lo e endurecê-lo no seu proceder. Deusfoi compreensivo e esteve pronto para perdoar quando seu povo se desviou do que era direito. Tomou a iniciativa em comunicar-se com eles e ofereceu-lhes ajuda, embora os pecados deles fossem sérios. “Vinde, pois, e resolvamos as questões entre nós”, disse Deus. “Embora os vossos pecados se mostrem como escarlate, serão tornados brancos como a neve.” — Isa. 1:18.

O que os adolescentes necessitam de seus pais

CADA adulto já foi uma vez adolescente. Cada pai ou mãe dum adolescente já foi também adolescente. De modo que os adultos deviam poder compreender os problemas e as frustrações dos adolescentes. Mas, demasiadas vezes acontece que os pais nem se lembram dos problemas que tiveram quando eram adolescentes e deixam de ter compreensão com seus filhos adolescentes. Certo avô lembrou-se da seguinte experiência:

“Quando eu era menino, achava às vezes que a disciplina familiar era dura e injusta. Lembro-me de pensar que, quando eu crescesse e tivesse filhos, eu os disciplinaria com amor, escutando-os e raciocinando com eles.

“Quando atingi este estágio na minha vida, verifiquei que eram grandes as pressões em criar os filhos. As longas horas de trabalho impediram-me ver muito os meus filhos. Quando passava tempo com eles, eu era impaciente e irascível.

“Os anos de crescimento dos filhos passam depressa demais. Agora sou avô, com uma atitude completamente diferente da que tinha como pai. Encontro tempo para brincar com os netos e ter prazer neles, muitas vezes querendo defendê-los quando estão em dificuldades, achando que os seus pais são duros demais e não têm compreensão. Amiúde penso: Se nós, como pais, somente pudéssemos ter a paciência e a compreensão dos avós.”

Os pais costumam esquecer-se de que o adolescente normalmente quer reafirmar-se como indivíduo com suas próprias necessidades. Eles não entendem isso, e aí surgem problemas. Um ministro, que fez um estudo dos problemas dos adolescentes, relata que fez a seguinte pergunta a muitos adolescentes: “Qual é a coisa primária que quer de seus pais, acima de todas as outras?” Quase sem exceção, eles responderam:

sábado, 27 de março de 2010

Explicar o Nascimento

Dos três aos cinco anos de idade, a criança talvez comece a ter curiosidade sobre o nascimento e talvez pergunte: “De onde vêm os bebês?” Poderá simplesmente responder: “Você cresceu num lugar quentinho e seguro dentro da mamãe.” Isto provavelmente a satisfará no momento. Mais tarde a criança talvez pergunte: “Como é que o bebê sai?” Poderá responder: “Deus fez uma abertura especial para o bebê sair.” O período de atenção de crianças pequenas é curto, de modo que respostas simples e diretas são as melhores. Forneça as informações necessárias um pouco de cada vez, deixando o restante para mais tarde.

Se os pais ficarem atentos, poderão descobrir muitas oportunidades para ensinar. Se alguém da família estiver esperando um bebê, a mãe poderá dizer: “A tia Sueli provavelmente logo vai ter um bebê — eu estava mais ou menos do tamanho dela algumas semanas antes de você nascer.” A expectativa do nascimento dum irmãozinho ou duma irmãzinha pode fornecer meses de instrução emocionante e deleitosa.

Mais tarde, a criança talvez queira saber: “Como é que o bebê começou?” Uma resposta simples seria: “Uma semente do papai se encontra com um óvulo dentro da mamãe, e o bebê começa a crescer, assim como uma semente na terra cresce e se torna uma flor ou uma árvore.” Noutra ocasião a criança talvez pergunte: “Como é que a semente do papai entra na mamãe?” Você poderá dizer, respeitosamente: “Você sabe como são os  meninos. Eles têm um pênis. A mãe possui uma abertura no corpo onde o pênis se encaixa, e a semente é plantada. Deus nos fez dessa forma para que os bebês possam crescer num lugar bom e quentinho até que estejam suficientemente grandes para viver independentes. Daí nasce um lindo e novo bebê!” Poderá falar num tom de admiração pela maneira maravilhosa como Deus planejou essas coisas.

Deverá tomar cuidado de nunca evadir-se de perguntas com um embaraçado: “Eu lhe direi mais tarde, quando você tiver idade bastante para entender.” Isso poderia aumentar a curiosidade das crianças e talvez até induzi-las a buscar informações em outras fontes inadequadas. A criança com suficiente idade para fazer a pergunta tem suficiente idade para ouvir uma resposta simples e respeitosa. Não dar a resposta talvez desanime os filhos de continuar a lhe dirigir perguntas.