quarta-feira, 14 de abril de 2010

O Ambiente Inadequado

“Talvez tenhamos de removê-los de suas comunidades”, disse um famoso diretor dum centro de tratamento. “É preciso retirar o viciado do ambiente de tóxicos. Esse ambiente é como um necrotério.” Esta, como os pesquisadores comprovaram, é a principal razão de a maior parte dos viciados submetidos à desintoxicação terem voltado ao tóxico que os escravizava. O motivo parece óbvio. Não foram, já desde o início, tais ambientes que fizeram com que eles fossem mandados aos centros de tratamento? Não estava o crack disponível em cada esquina, onde a pressão dos colegas, não raro a sua própria família e seus melhores amigos, motivaram sua primeira tragada do cachimbo de crack? Quem é que ali o incentivará a prosseguir no seu programa de tratamento e a livrar-se da luta da droga pela supremacia sobre sua própria vida?

Os programas de mais êxito sublinharam que o ambiente inadequado é um dos principais fatores que movem o viciado a prosseguir tomando tóxicos. “Ensinam-se algumas estratégias ao paciente para que fique longe do tóxico, inclusive como evitar sugestões que acionam a ânsia pelo tóxico”, noticiou o The New York Times. “A vista da rua em que a pessoa antes comprava o crack, um frasco jogado fora na calçada, o consultório do dentista ou o cheiro dum produto farmacêutico que tenha alguma semelhança com o cheiro químico do crack” — tudo são coisas que podem acionar a ânsia da droga, disse o jornal. Programas eficazes também sublinharam a importância de os viciados “cortarem todos os laços com amigos e parentes que ainda consomem tóxicos”. Em vez disso, foram aconselhados a travar novas amizades com pessoas que não consomem drogas. Trata-se, deveras, de sábios conselhos.

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