domingo, 18 de abril de 2010

Acusa-se Erroneamente a Maconha?

As descobertas contraditórias sobre os efeitos da maconha moveram, em época recente, um repórter do Journal de Milwaukee, EUA, a perguntar a um cientista: “Ou a maconha é, ou não é, prejudicial. Por que os senhores, que são peritos, não podem reunir-se para resolver essa controvérsia?”

Hardin Jones, professor de física médica da Universidade da Califórnia, respondeu:

“Obtemos diferentes respostas porque propomos diferentes perguntas. Para exemplificar, se apenas olhasse o começo do uso da maconha, ou o seu uso ocasional, veria muito pouco dano. Mas estou habituado a procurar efeitos a longo prazo. E encontrei evidência desta espécie aos montes.” — 29 de maio de 1977, p. 28.

Um fator por trás de tais “efeitos a longo prazo” é o ingrediente ativo da maconha, o THC (tetrahidrocanabinol), que se acumula em tecidos adiposos do corpo, tais como os neurônios do cérebro, e as células germinativas dos testículos e dos ovários. Isto se contrasta com o álcool, que é solúvel em água, e que é completamente metabolizado pelo corpo, transformando-se em água e bióxido de carbono em questão de horas. O THC pode ainda ser detectado semanas depois de sua ingestão.

Embora haja desacordo quanto a quão prejudicial é este acúmulo de THC, vale a pena considerar alguns dos seus efeitos, altamente divulgados, sobre a mente. O Dr. Jones assevera que, por um lado, “os pais e os mestres estão certamente cônscios das grandes alterações de personalidade que ocorrem com os jovens dependentes”. Adiciona ele: “Jamais vejo um lampejo vivo em seu rosto ou em seus olhos.”

E o Dr. John A. S. Hall, presidente do Departamento de Medicina do Hospital de Kingston, Jamaica, concorda que “alterações de personalidade entre os fumantes de ganja [maconha] . . . são um assunto comumente observado na Jamaica”. Apatia, a fuga da realidade, e a incapacidade ou indisposição para a concentração contínua, são alguns dos sintomas que ele menciona.

Forte evidência do efeito da maconha sobre a mente é o fato de que, depois da heroína, relata-se que tal tóxico é a segunda causa principal dos recolhidos a hospitais psiquiátricos que recebem fundos federais, nos EUA. Similarmente, “durante uma visita a um hospital psiquiátrico em Salé, Marrocos”, escreve o Dr. Pierre C. Haber, numa carta à revista New York, “vi uma enfermaria completa de pacientes hospitalizados em resultado de prolongado fumo da canábis”.

Caso sejam verídicas as acusações acima, deveríamos razoavelmente esperar ver os danos mentais serem refletidos nas relações sociais com outros. Existe evidência disto?

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