terça-feira, 13 de abril de 2010

Os viciados em crack — sua praga de violência




O CRACK, assim chamado por causa do som que emite ao ser aquecido no processamento ou ao ser fumado, é uma forma de cocaína altamente viciadora, extremamente potente. Um psicofarmacologista hospitalar o chamou de “o tóxico mais viciador já conhecido pelo homem até agora. É um vício quase que instantâneo”. Uma autoridade policial o chamou de “o pior tóxico que já existiu. Não existe tal coisa como um usuário que consuma o crack de cocaína como diversão”.

Visto que o crack de cocaína é fumado, em vez de ser injetado na veia ou cheirado, os usuários, que certa vez temiam a ameaça da AIDS via agulhas infectadas, descobriram que as “vantagens” do crack são triplas — é “mais seguro”, seus efeitos são mais intensos, a fumaça atua mais rápido. “Sobe de imediato à cabeça. É um speed [droga de ação rápida] imediato”, disse um ex-viciado. “A gente sente como se o topo da cabeça fosse explodir.” A euforia dura apenas de 5 a 12 minutos, mas é quase sempre acompanhada por devastador abatimento que pode deixar os usuários irritáveis, deprimidos, nervosos, ou extremamente paranóicos e com a compulsão de consumir mais crack. “O principal perigo do crack”, explica o Dr. Arnold Washton, diretor do Centro de Tratamento de Viciados do Hospital Regent, de Nova Iorque, EUA, “é que, dentro de alguns dias a poucas semanas, ele pode controlar seu cérebro — e sua vida”.

O vício do crack espalha-se como uma praga em muitas partes do mundo. Especialmente nos Estados Unidos, muito mais do que no Canadá, na Inglaterra, e em comparáveis países europeus, o crack já penetrou virtualmente em toda camada social — os ricos, os pobres, os bem-sucedidos e os que têm empregos bem-remunerados. Graças à sua disponibilidade e fácil acesso, e a seus efeitos euforizantes, a demanda de crack é grande e se torna cada vez maior a cada dia que passa. Novos recrutas, viciados em potencial, são procurados nas esquinas das ruas, nas escolas e nos locais de trabalho. As mulheres são prováveis candidatas e, em alguns níveis sociais, ultrapassam em muito os homens, em número, como usuários. Crianças — na pré-adolescência — que procuram emoções rápidas, e que não conseguem dizer não aos tóxicos, tornam-se presas fáceis dos puxadores de crack — não raro seus próprios irmãos, outros membros da família ou seus melhores amigos

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