terça-feira, 13 de abril de 2010

Os Terríveis Efeitos

“As gestantes que consomem o crack da cocaína são as mais doentes que se vê”, disse o Dr. Richard Fulroth, especialista da Universidade de Stanford. “Elas chegam bem na hora do parto, e você simplesmente retém o fôlego, esperando para ver o que vai sair dali.” Com muita freqüência, o que se desenvolve no útero da usuária de crack não é algo belo. O crack pode provocar espasmos nos vasos sanguíneos do bebê, restringindo o fluxo vital de oxigênio e de nutrientes por longos períodos. Pode ser prejudicado o crescimento fetal, inclusive o tamanho da cabeça e do cérebro. Não raro ocorrem derrames e convulsões, e podem ocorrer malformações dos rins, dos órgãos genitais, dos intestinos e da medula espinhal. Existe também o perigo de a placenta desprender-se do útero, o que mata o feto e pode provar-se fatal para a mãe.

Quando nasce um bebê exposto ao crack, os médicos e as enfermeiras podem notar evidência visível da devastação causada pelo tóxico. Um informe descrevia tal criança como “mero naco de carne, com cabeça do tamanho duma tangerina e membros como palitos”. Em vários casos, noticiou a revista Discover, os bebês expostos à cocaína nasceram sem os dois dedos médios de uma das mãos.

O Dr. Dan R. Griffith, psicólogo de desenvolvimento da Universidade Northwestern, EUA, disse que os bebês expostos à cocaína com freqüência nascem com “o sistema nervoso muito frágil e facilmente sobrecarregado”. Tendem a ser hipersensíveis e irritáveis, chorando desconsoladoramente diante da mínima provocação. ‘Um ruído súbito ou a mudança de posição, mesmo ao se falar com o bebê ou olhar para ele, pode provocar o choro prolongado’, disse o médico. ‘Outros efeitos óbvios dos danos causados pelos tóxicos ao recém-nascido’, descreve o Dr. Griffith, ‘podem ser que os bebês se entreguem a um sono profundo, 90 por cento do tempo, para esquivar-se dos estímulos externos. Eles não despertam nem mesmo se lhes tirarmos a roupa, se falarmos com eles, se os embalarmos ou os manipularmos fisicamente’.

Estes problemas neurológicos podem persistir por muitos meses, disse o médico, causando assim tanto a frustração mental como física para a mãe, numa ocasião em que se precisa formar um vínculo de amor e de apego. “O bebê tende a deixar a sua mãe de fora e a tornar-se muito irritável quando ela tenta cuidar das suas carências. A mãe se distancia do bebê e ressente-se dele por não retribuir as atenções dela”, acrescentou o médico. Este comportamento por parte do bebê, e o ressentimento da mãe, não raro a leva a submeter a criança a maus-tratos.

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