domingo, 29 de agosto de 2010

Conseqüências emocionais

As realidades da gravidez precoce são bem diferentes das fantasias juvenis. Ao ficarem sabendo que estão grávidas, as jovens não raro se confrontam com um turbilhão de emoções. Muitas admitem que ficaram chocadas ou atordoadas. “Raiva, culpa e recusa são reações comuns”, diz a Academia Americana de Psiquiatria de Crianças e de Adolescentes. A recusa pode ser perigosa, visto que inibe a jovem de buscar o acompanhamento médico necessário.

“Fiquei morrendo de medo”, lembra-se Elvenia falando do momento em que teve de encarar o resultado de sua “aventura” sexual. Muitas jovens grávidas não têm ninguém em quem confiar ou ficam envergonhadas demais para conversar sobre a situação. É compreensível, portanto, que algumas se sintam arrasadas pela culpa e pelo medo. Muitas delas sofrem também de depressão profunda. “Não me preocupava muito com a minha vida, aliás, não me importava nada se morresse”, comenta Jasmine.

Não importam quais sejam as reações iniciais da jovem, ainda assim terá de tomar uma série de decisões de longo alcance, que afetarão a ela e ao bebê. Como tomar decisões sensatas é o assunto do próximo artigo.

Fatores que contribuem para o problema

As pesquisas mostram que muitas mães adolescentes são de famílias com pais separados. “Durante toda a minha vida, sempre quis ter uma família verdadeira”, é a declaração mais comum de muitas jovens grávidas. Portanto, fica evidente que uma família com problemas é uma das causas da gravidez precoce. Um programa de assistência a mães adolescentes constatou que elas quase sempre têm “relacionamentos instáveis com a mãe e nenhum com o pai”. Anita, mãe aos 18, lembra que ainda sentia um vazio emocional criado pela falta do pai, embora sua mãe sem cônjuge trabalhasse muito a fim de prover o sustento para a família.

Outras jovens se tornam mães solteiras como resultado direto de estupro. Para algumas delas, parece que o trauma desencadeia uma dor emocional que se manifesta mais tarde em comportamento destrutivo. Jasmine, por exemplo, foi vítima de estupro aos 15 anos. Lembrando dessa ocasião, ela comenta: “Depois disso, tornei-me autodestrutiva. Aos 19, fiquei grávida.” O abuso sexual também pode desencadear sentimentos de inutilidade. “Nunca me senti digna de nada”, lamenta Jasmine. Anita passou por uma provação semelhante: “Fui molestada por um rapaz dos 7 aos 11 anos. Odiava a mim mesma. E me culpava pelo que tinha acontecido.” Ela engravidou aos 17.

Por outro lado, algumas jovens se tornam vítimas de seu próprio excesso de confiança e curiosidade. Nicole, citada no artigo anterior, admite: “Eu achava que tinha todas as respostas do mundo, que era capaz de fazer tudo que quisesse. Infelizmente, também era capaz de ter um bebê.” Carol, outra que se tornou mãe solteira bem jovem, teve a primeira experiência sexual para satisfazer sua curiosidade. Ela diz: “Sentia que havia coisas na vida que eu estava perdendo.”

Ignorar algumas das conseqüências da prática do sexo é mais um fator. Na Grã-Bretanha, segundo os sociólogos Karen Rowlingson e Stephen McKay, algumas jovens “não sabem exatamente  . . . o que esperar dos relacionamentos nem o que significa engravidar”. Algumas jovens aparentemente não têm idéia da relação que existe entre sexo e gravidez. Numa pesquisa, mães adolescentes “relataram com freqüência que ficavam chocadas ou surpresas de descobrir que estavam grávidas, mesmo não tendo usado nenhum método contraceptivo”.

No entanto, foram as mudanças de conceito a respeito do sexo que tiveram a maior influência no aumento da gravidez precoce. Vivemos numa época em que as pessoas são “mais amantes de prazeres do que amantes de Deus”. (2 Timóteo 3:1-4) As pesquisadoras australianas Ailsa Burns e Cath Scott observam que houve “uma redução nas sanções sociais, religiosas e econômicas em relação ao sexo fora do casamento”. Ter um filho sem estar casada talvez não tenha o mesmo estigma que tinha no passado. Não é de admirar que em algumas regiões os adolescentes encarem ter um bebê como uma espécie de troféu ou status!

Gravidez precoce — calamidade mundial

A GRAVIDEZ precoce vem sendo comparada a uma epidemia. É no impacto sobre uma adolescente assustada que se vêem as trágicas proporções desse problema. Para dizer o mínimo, ela vai experimentar mudanças drásticas na vida que deixarão marcas profundas não apenas em si mesma, mas também na família e em outras pessoas queridas.

Os adolescentes estão numa fase da vida que a Bíblia chama de “flor da juventude” — época em que os impulsos sexuais estão no auge. (1 Coríntios 7:36) No entanto, estaríamos minimizando a complexidade da gravidez precoce se achássemos que a solução se encontra no uso de métodos contraceptivos. Evidências indicam que a gravidez precoce abrange questões complexas de ordem social e emocional.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Aids — uma crise para os adolescentes

A EPIDEMIA de AIDS não respeita idade, nem diferença de gerações. Notícias de todo o mundo fornecem prova trágica de que “A AIDS Está-se Espalhando Entre os Adolescentes, Uma Nova Tendência Alarmante Para os Especialistas”, segundo proclamado na manchete de um artigo do jornal The New York Times sobre a AIDS. A extensão da infecção pela AIDS entre os adolescentes “será a próxima crise”, disse o Dr. Gary R. Strokash, diretor da área de medicina para adolescentes de um famoso centro médico de Chicago. “É pavoroso e vai ser devastador”, disse ele. “Não resta dúvida”, lamentava o Dr. Charles Wibbelsman, chefe da clínica para adolescentes do Centro Médico Kaiser Permanente, em São Francisco, “de que a epidemia de AIDS, nos anos 90, caso não haja nenhuma vacina, grassará entre . . . os adolescentes”. Falando sobre adolescentes já infectados pela AIDS, a observação feita por um famoso educador de Nova Iorque sobre assuntos de AIDS foi a seguinte: “Achamos que se trata de uma situação crítica de emergência.”

O jornal The Toronto Star, do Canadá, deu em manchete a ameaçadora perspectiva de disseminação da AIDS entre os adolescentes. “No momento, é muito pior do que qualquer pessoa se dá conta”, disse um médico. “Acho que é um problema terrível que nós não podemos realmente controlar. Com o tempo notaremos realmente quão grave é.” A frase simples desse médico torna-se a opinião unânime das autoridades de saúde e dos líderes governamentais em todo o mundo, à medida que o flagelo da AIDS aumenta vertiginosamente.

Até recentemente, os especialistas em AIDS não focalizavam os adolescentes como um grupo de alto risco de infecção pelo HIV (sigla, em inglês, de vírus da imunodeficiência humana), que provoca a AIDS. “Estamos falando de algo que, há apenas um ano, era apenas uma possibilidade teórica”, disse um médico de Nova Iorque. No entanto, “os médicos, que há apenas cerca de um ano não tinham nenhum paciente adolescente infectado, têm agora uma dúzia ou mais”, noticiou o The New York Times.

Os pesquisadores acham que, embora sejam alarmantes as informações disponíveis sobre os adolescentes infectados pela AIDS, isso é apenas uma pequena amostra da ponta dum iceberg, uma vez que os sintomas muitas vezes não surgem, em média, senão depois de sete a dez anos depois da infecção. Assim, os infectados com o HIV no início da adolescência talvez não manifestem sintomas plenos da AIDS senão ao findar a adolescência ou com seus 20 e poucos anos.

Por exemplo, num estudo recente de todos os bebês nascidos no estado, desde 1987, a Secretaria de Saúde do Estado de Nova Iorque verificou que 1 de cada 1.000 bebês nascidos de jovens de 15 anos apresentavam anticorpos do vírus da AIDS, indicando que a mãe daquele bebê estava infectada. De forma alarmante, o mesmo estudo revelava que 1 de cada 100 bebês nascidos de jovens de 19 anos apresentava anticorpos do vírus da AIDS. Um outro estudo, realizado pelos CDC (sigla, em inglês, de Centros de Controle de Moléstias dos EUA), revelava que 20 por cento dos homens americanos e 25 por cento das mulheres americanas diagnosticados como tendo AIDS acham-se nos seus 20 e poucos anos. O estudo dos CDC informa que, na maioria dos casos, a doença foi contraída na adolescência.

Como pode ser isto, porém, se os bebês que nasceram com o vírus da AIDS raramente, se é que alguma vez, chegaram a viver a ponto de se tornarem adolescentes? As razões são estonteantes!

Pesquisadores e médicos prontamente testificam que os adolescentes da atualidade são “extremamente ativos, sexualmente, conforme indicam as taxas de doenças sexualmente transmissíveis entre eles”, noticiou The New York Times. O Centro Para Opções Demográficas (dos EUA) informa que, todo ano, 1 de cada 6 adolescentes contrai uma doença sexualmente transmissível, e que 1 de cada 6 moças sexualmente ativas, que fazem o curso secundário, já teve pelo menos quatro diferentes parceiros.

“Apesar das exortações de ‘simplesmente dizer não’, a adolescente americana mediana perde a virgindade aos 16 anos”, noticiou a revista U.S.News & World Report. “Visto que poucas adolescentes se submetem aos testes, a maioria das infectadas nem sabem que portam o vírus HIV”, dizia a revista. Com ou sem a promiscuidade sexual ligada ao consumo do crack de cocaína, sejam elas jovens que fugiram de casa ou não, “as adolescentes americanas são alvos fáceis para a AIDS”, escreveu um especialista em AIDS. “Entre elas, já chegou a 2,5 milhões o número de casos de doenças sexualmente transmissíveis por ano.” O Dr. Gary Noble, dos CDC, teceu a seguinte observação: “Sabemos que seu comportamento sexual resulta em significativo risco de infecção.”

Contribuindo para o número já crescente de veículos transmissores do vírus da AIDS, há os adolescentes que ganham a vida nas ruas, alguns deles não tendo nem atingido a adolescência, e muitos tendo fugido de casa, devido a pais que submetem os filhos a maus-tratos. Entre eles, tem havido um dramático aumento do número dos que se tornam consumidores do crack de cocaína. Muitos recorrem à prostituição para sustentar seu vício, ou para terem um local onde dormir. Na América do Sul, por exemplo, “jovens de apenas nove e 10 anos não raro trabalham como prostitutas, às vezes por um prato de comida”, disse uma assistente social brasileira, que orienta crianças. “Muitas sabem muito pouco sobre a AIDS ou sobre sexo. Já tive meninas que estavam grávidas e que pensavam que tinham ‘pegado isso’, como se pega um resfriado”, disse ela.

O Dr. Philip Pizzo, especialista em AIDS e chefe da pediatria do Instituto Nacional do Câncer, dos EUA, disse que a taxa de infecção pelo HIV entre jovens que fugiram de casa é um mau presságio para a epidemia de AIDS. “Há mais de um milhão de jovens que fugiram de casa que estão ganhando a vida com o sexo. Sem dúvida, certo número deles será reintegrado na sociedade.”

Será de admirar que a epidemia de AIDS esteja aumentando vertiginosamente entre os adolescentes em todo o mundo? Trata-se de uma trajetória sem paradas? Será, enquanto a indiferença e a complacência continuarem manifestando-se entre os infectados pelo vírus da AIDS e entre aqueles que não conseguem dizer não ao sexo pré-marital. Considere, para exemplificar, o seguinte informe publicado no jornal The Sunday Star, de Johanesburgo, África do Sul. Numa recente pesquisa realizada entre 1.142 pacientes ambulatoriais, portadores de doenças sexualmente transmissíveis, 70 por cento admitiram que tinham tido de 3 a 80 parceiros sexuais por mês. Alguns ainda eram sexualmente ativos e infectavam outros.

Infelizmente, muitos adolescentes não estão muito preocupados em contrair a AIDS. Para eles, cada dia é uma tremenda luta pela sobrevivência — existem tantas maneiras de morrer nas ruas — que eles não conseguem focalizar a atenção em algo que talvez possa vir a matá-los daqui a alguns anos. No ínterim, certamente se achará alguma cura, acham eles, que os salvará. “Os adolescentes são um exemplo básico de um grupo que não olha 10 anos à frente”, disse um especialista em AIDS.

Existe, também, uma concepção errônea e sinistra de que seus parceiros sexuais não estão mentindo quando dizem que não portam o vírus da AIDS. Com muita freqüência, isto não acontece. Mesmo nos estádios avançados da doença, muitas vítimas infectam outros deliberadamente, por raiva ou por vingança.

Não se deve desperceber as pessoas infectadas pelo vírus, através de agulhas contaminadas, usadas para injetar tóxicos — um veículo que já colheu seu tributo. E, por fim, existe a sempre presente ameaça de contrair a AIDS por meio de transfusões de sangue. Muitas vítimas inocentes já morreram desta doença, e outras morrerão ainda devido ao sangue contaminado com o HIV. Muitos médicos e enfermeiras receiam furar-se com agulhas contaminadas pelo vírus da AIDS, o que pode modificar inapelavelmente sua vida. Será de admirar que se diga que a AIDS é a crise dos anos 90 e de mais além?

Preparação para o futuro durante a juventude

Fatos úteis que os jovens desejam saber.

É JOVEM, talvez com menos de vinte anos de idade? Então está atravessando uma fase muito importante e bem crítica de sua vida. Como?

Por que está lançando a base para a espécie de homem ou mulher que será no futuro. Já sabe por experiência que aquilo que faz hoje influi na sua vida amanhã. Se brigar com um amigo hoje, então, ou se reconciliem amanhã ou aumentará o rompimento entre os dois. Se estudar bem hoje, amanhã a escola será mais fácil.

Mas as coisas que pensa, diz e faz influem em mais do que a sua vida de amanhã. Têm influência na semana que vem, e no mês que vem, até mesmo em anos e decênios depois. Podem deixar marcas quase indeléveis. Ou podem contribuir para a preparação de um alicerce forte para uma vida feliz, produtiva e satisfatória. É isto o que deseja?

Alguns jovens já são aleijados, cegos ou surdos por causa dos riscos tolos que tomaram e que resultaram em sérios acidentes. Alguns ficam ‘viciados’ com drogas, e daí em diante, a sua vida é uma luta cansativa para sustentar este hábito dispendioso. Outros contraem uma doença venérea, e antes que possa ser impedida, causa dano irreparável que enfraquece alguma parte de seu corpo. Moças talvez fiquem grávidas e se vêem sobrecarregadas com um filho ilegítimo, já na sua juventude. É verdade que estas não são coisas agradáveis em que pensar. Mas acontecem, conforme sabe. Vão acontecer a você? Isto depende de quão sabiamente se prepara para o futuro.

Mas alguns dizem: “Quem se importa com o que vem depois? A juventude é o único tempo que realmente conta; depois disso, nada mais importa.” É isso verdade?

Não, não é. Em vez de ser o ponto alto da sua vida, a juventude é apenas um período de transição. Seu corpo, por exemplo, só atinge a madureza física completa lá entre os vinte e os vinte e três anos de idade. A madureza emocional pode levar ainda mais tempo. Portanto, visto que se encontra ainda num período “intermediário”, na preparação para o futuro, por que encarar a juventude como se fosse o “fim da estrada”?

É verdade que não é mais criança. Mas tampouco já é adulto. Muitas coisas estão ocorrendo na sua pessoa — física, mental e emocionalmente. Algumas destas mudanças o tornam confuso, perturbado e inseguro. Sente novas pressões no seu íntimo e talvez se sinta perplexo quanto a como controlá-las sabiamente. Mas, se compreender estas mudanças e pressões, poderá ajustar-se a elas, aprender a lidar com elas e ter satisfação nisso. Tudo isso faz parte de se tornar uma pessoa, uma pessoa diferente: Você.

De modo que a juventude representa um verdadeiro desafio. A maneira em que enfrenta este desafio influirá muito em que espécie de pessoa se tornará. E lembre-se de que, uma vez que passou a juventude, ela se foi para sempre. Por que desperdiçar as oportunidades que oferece para se preparar para o futuro?

Hoje em dia, usualmente se deixa que os jovens gastem muito do seu tempo para se prepararem com conhecimento, talvez até mesmo aprendendo um ofício ou adquirindo prática. Mas eles podem também observar e pensar no que os mais velhos têm feito e fazem agora, antes de eles mesmos se envolverem em ocupações e empenhos similares. Sim, na juventude é que poderá obter perspicácia quanto a que é a vida. Poderá considerar o resultado de procederes diferentes, para evitar os erros tolos de muitos, e também para se beneficiar com a sabedoria de outros. Poderá estabelecer seu próprio alvo na vida.

Poderá fazer tudo isso por conta própria? Teria sentido tentar fazer isso? Antes de responder, considere o seguinte:

Se for rapaz, tentaria construir um motor de automóvel por conta própria, sem primeiro tentar aprender dos outros a mecânica, de alguém que tem experiência neste ramo? Ou se for moça, tentaria fazer um vestido de gala sem um molde, sem ter lido alguma coisa sobre costura ou sem mesmo ter visto alguém costurar? Não? Então, lembre-se de que a vida humana é muito mais complexa do que o motor dum automóvel ou um vestido de gala.

Todos nós nos baseamos no conhecimento e na experiência dos outros. Este é um fato simples da vida. Mas para fazermos isso, precisamos comunicar-nos. Se não houver comunicação, não se poderá recorrer a tal conhecimento e experiência dos outros. Comunica-se? Com quem? Com os que têm conhecimento e experiência? Com seus pais?

Talvez olhe para o mundo em sua volta e sinta nojo. Observa crimes, injustiças, guerras, ganância, mentiras, fraudes e hipocrisia. Talvez diga: “Por que deveria eu falar com os mais velhos, quando foram eles que causaram tal embrulhada? O que poderia aprender deles?” É verdade que muitos dos mais velhos levam a culpa por estas coisas — quer por fazerem tais coisas, quer por apoiarem e aprovarem os sistemas responsáveis por elas.

Mas já pensou em que muitos dos mais velhos sentem tanto nojo da maldade que vêem como você? Precisa também dar-se conta de que todas estas dificuldades do mundo não começaram só na geração de seus pais. As coisas pioraram depressa já por mais de meio século, especialmente desde 1914 — e os que agora já são velhos eram então jovens de mais ou menos sua própria idade.

Portanto, por que não procura aprender tudo o que pode de seus pais? Afinal de contas, como é que conseguiu viver até agora? Por causa do amor e do interesse de seus pais em sua pessoa, eles o alimentaram, vestiram e mantiveram limpo, dispensando-lhe cuidados na sua doença. Seria difícil de calcular quanto tempo, dinheiro e esforço você representa. Além disso, quem lhe ensinou algo sobre o perigo do fogo, da água fervente, dos objetos cortantes, das tomadas elétricas, das coisas venenosas e dos perigos do transito? Se não tivesse aprendido estas coisas de seus pais, estaria hoje aqui na boa forma em que se encontra? Então, por que começar a duvidar do sincero interesse deles na sua pessoa e felicidade agora?

Naturalmente, pode ver que a idade e a experiência sozinhas não resolvem todos os problemas da vida. Senão, tudo melhoraria, em vez de piorar. Portanto, há uma fonte mais elevada de informações e orientação a que possa recorrer? Sim, há. Esta Fonte é seu Criador, Deus. Ele deu à humanidade a sua Palavra, a Bíblia, para responder às perguntas dela e orientá-la em sabedoria. E a Bíblia não encaminha a sua esperança para os atuais sistemas fracassados que encheram a terra com tantos perigos e problemas. Ela lhe indica novos sistemas, que oferecem algo muito superior. — 2 Ped. 3:13; Rev. 21:1-4.

Talvez nunca tenha lido a Bíblia. Talvez se pergunte se a informação contida nela pode realmente solucionar seus problemas e responder às suas perguntas. Nunca saberá isso se não a examinar. Além disso, embora a Bíblia contenha o melhor dos conselhos, este não lhe será de proveito se não se empenhar em aplicá-lo na sua vida.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Você ceifa o que semeia

 Não subestime o perigo que essa música pode representar. É verdade que você talvez não fique inclinado a matar alguém ou a cometer imoralidade sexual apenas por escutar uma canção. Não obstante, Gálatas 6:8 diz: “Aquele que semeia visando a sua carne, ceifará da carne corrupção.” Escutar música terrena, animalesca e até demoníaca só pode causar um impacto negativo em você. (Veja Tiago 3:15.) O professor de música Joseph Stuessy é citado como dizendo: “Qualquer tipo de música afeta nossa disposição de ânimo, nossas emoções, nossas atitudes e nosso comportamento resultante . . . Quem diz: ‘Eu posso escutar heavy metal, mas não me afeta’, simplesmente está enganado. Apenas afeta pessoas diferentes em graus diferentes e de maneira diferente.”

 Um jovem cristão admite: “Fiquei tão enfronhado em thrash metal, que toda a minha personalidade mudou.” Logo começou a ter problemas com os demônios. “Eu finalmente me livrei das minhas coleções de fitas, discos e CDs, e fiquei livre dos demônios.” Outro jovem confessa: “A música que eu costumava ouvir tratava ou do espiritismo, ou de drogas e de sexo. Muitos jovens dizem que ela não os afeta, mas realmente o faz. Fiquei virtualmente fora da verdade.” Um provérbio pergunta: “Pode um homem juntar fogo no seu seio sem se queimarem as suas vestes?” — Provérbios 6:27.

Heavy metal — sexo, violência e satanismo

 Outro tipo popular de música é o heavy metal. Este tipo de música é mais do que o rock pesado de altos decibéis. Um relatório publicado na revista The Journal of the American Medical Association diz: “A música heavy metal . . . destaca um alto ritmo pulsante e está cheia de letra que glorifica o ódio, o vício, a aberração sexual e ocasionalmente o satanismo.” Ora, já os próprios nomes de algumas das bandas mais populares atestam a depravação deste tipo de rock. Incluem palavras tais como “poison” (veneno), “guns” (armas de fogo) e “death” (morte). Ainda assim, o heavy metal parece ainda bastante brando em comparação com o thrash metal e death metal — gêneros musicais suplementares gerados pelo heavy metal. Os nomes dessas bandas exploram termos tais como “canibal” e “obituário”. Os jovens em muitos países talvez nem se dêem conta de quão repulsivos esses nomes são, por serem em inglês ou em outra língua estrangeira.

 A música heavy metal tem sido repetidas vezes relacionada com o suicídio, a depressão e o uso de drogas por adolescentes. Sua vinculação com o comportamento violento induziu um consultor de rádio a apelidá-la de “música para matar os pais”. É sua vinculação com o satanismo que alarma muitos pais — e policiais. Um investigador afirmou que alguns jovens que se meteram na adoração satânica foram iniciados no ocultismo por esta música. “Eles nem sabem em que se metem”, concluiu ele.

 Os jovens cristãos, porém, não devem ‘desconhecer os desígnios de Satanás’. (2 Coríntios 2:11) Afinal, “temos uma pugna . . . contra as forças espirituais iníquas nos lugares celestiais”. (Efésios 6:12) Quão tolo seria se alguém, pela escolha da música, convidasse os demônios a participar na sua vida! (1 Coríntios 10:20, 21) No entanto, diversos jovens cristãos evidentemente gostam muito deste tipo de música. Alguns até mesmo recorreram a subterfúgios para satisfazer seus gostos musicais. Uma jovem confessa: “Eu costumava escutar heavy metal, às vezes quase que a noite inteira. Costumava comprar revistas de [fãs de] heavy metal e escondê-las dos meus pais em caixas de sapatos. Mentia aos meus pais. Sei que Jeová não se agradava de mim.” Ela caiu em si por ler um artigo na revista Despertai!. Quantos outros jovens talvez estejam ainda enlaçados por tal música?

Jovens, respeitam seus pais?

“Honra a teu pai e a tua mãe.” — Efé. 6:2

NÃO É razoável esperar-se que os jovens que mostram fora do lar ser discípulos de Cristo o mostrem também dentro do seu lar? Ser seus discípulos é um modo de vida refletido pela maneira de falar e pelas ações em todo o tempo. Não acaba quando o jovem cristão chega para casa e é interrogado pelos pais sobre as suas atividades ou se lhe nega permissão para fazer algo que deseja fazer.

 Muitos jovens do mundo reagem de modo rebelde e ultrajante quando seus pais lhes proíbem fazer algo ou quando os corrigem. Alguns até mesmo fugiram de casa para viver como bem entendem. Tais filhos mostram falta de respeito pelos seus pais e falta de afeição natural. Talvez falem a respeito de amor, mas quanto amor demonstram para com os seus pais quando fogem, causando aos seus pais preocupação que os deixa doentes? Pensam apenas nos seus próprios desejos egoístas. É isto uma demonstração de gratidão pelo que os pais fizeram por eles? Mostra respeito para com eles? O que vemos nisso é o que foi predito em 2 Timóteo 3:1-4, onde se diz que os jovens, “nos últimos dias” seriam “desobedientes aos pais, ingratos”, e “sem afeição natural”. Os jovens que querem mostrar-se discípulos de Cristo terão mais respeito pelos pais do que isso.

 É só natural que você, jovem, de vez em quando verifique que seus pais lhe proíbem fazer algo. Embora talvez não compreenda por que os pais dizem Não, não é melhor respeitar a decisão madura de seus pais, do que insistir no seu próprio modo de proceder? Desde o tempo em que era criança, seus pais o protegeram por proibir-lhe brincar com facas, por o dedo no soquete da luz, correr para a rua sem olhar para ambos os lados e associar-se com maus companheiros. Visto que tinham razão em proibir tais coisas, porque viam perigos que você não podia ver, não é possível que tenham razão nas coisas que lhe proíbem fazer, agora que já é jovem? Não é possível que eles vejam agora coisas que o possam prejudicar, que você não veja?

4 Por exemplo, uma moça talvez fique enamorada de um rapaz e queira casar-se com ele, mas seus pais dizem Não. Ela acha que está loucamente enamorada dele e não pode compreender por que seus pais não lhe permitem casar-se. Sente-se indignada diante da recusa deles e talvez até mesmo pense rebeldemente em fugir com ele. Deixa de compreender que seus pais têm uma compreensão mais clara do matrimônio e dos problemas envolvidos do que ela. Querem que ela seja feliz no casamento, mas sabem que isto exige madureza que ela ainda não tem. Estão bem apercebidos de que a possibilidade de um casamento feliz dela é muito maior quando tiver mais alguns anos de idade. As estatísticas mostram que o casamento de pessoas de vinte anos ou menos de idade tem quatro vezes mais probabilidade de acabar em divórcio do que o casamento daqueles que têm mais de vinte e um anos.

 Embora esta moça se sinta desapontada e não compreenda por que seus pais lhe negam a permissão para se casar, ela mostrará respeito pela decisão se quiser mostrar-se discípula de Cristo. É a vontade de Deus que os jovens obedeçam aos seus pais mesmo quando discordam da decisão parental. “Vós, filhos, em tudo sede obedientes aos vossos pais, pois isso é bem agradável no Senhor.” (Col. 3:20) Quando ela for mais velha, talvez seja grata de que fez isso e se dê conta de que seus pais amorosos a protegeram mais uma vez de ela se prejudicar seriamente.

 Como outro exemplo, tome o rapaz que chegou aos vinte e um anos de idade e que ficou noivo, mas ainda mora em casa. Embora contribua financeiramente para arcar com as despesas da casa, seu pai provê o lar e a maior parte das necessidades dele. Seu pai objeta a que ele repetidas vezes fique fora tarde à noite com a sua noiva. O rapaz não pode compreender por que não pode encontrar-se com a sua noiva quantas vezes quiser, e ficar fora tão tarde como quiser, pois é maior. Seu pai, conhecendo os perigos físicos para a saúde de seu filho por ficar acordado até tarde, sem se mencionarem os perigos morais, achou melhor impor restrições ao seu filho, para o bem dele. A moça não vai amar o rapaz menos por ele respeitar os desejos de seu pai, mas deverá respeitá-lo ainda mais.

 Mas, visto que o rapaz é maior, está obrigado a obedecer ao pai? A Bíblia não especifica nenhuma idade legal em que o filho possa deixar de escutar a disciplina de seu pai, enquanto está na casa de seu pai. Ela diz: “Escutai, ó filhos, a disciplina do pai e prestai atenção, para conhecerdes a compreensão.” (Pro. 4:1) Uma vez que o rapaz mora na casa de seu pai, exige-se dele biblicamente que ele respeite os desejos do pai, embora já seja maior.

Qual é o futuro da juventude de hoje?

“Lembra-te, pois, do teu grandioso Criador nos dias da tua idade viril. — Ecl. 12:1.

A JUVENTUDE de hoje nasceu no período mais violento da história humana. Este começou com a primeira guerra mundial do homem, em 1914, holocausto que extinguiu a vida de mais de 13 milhões de pessoas, militares e civis. O horrível derramamento de sangue e a bruta violência daquela guerra pareciam abrir a porta para atos ainda mais chocantes da desumanidade do homem para com o homem.

 Em menos de vinte anos após o término da Primeira Guerra Mundial, já se estabeleceram na Alemanha nazista cruéis campos de concentração em que se assassinaram sistematicamente milhões de presos. Depois irrompeu a Segunda Guerra Mundial, com violência e impiedade ainda maiores do que na Primeira Guerra Mundial, tirando a vida a 22 milhões de pessoas. A esta seguiram-se guerras menores, irrompendo periodicamente como erupções vulcânicas.

 A desumanidade demonstrada pelos homens para com o seu próximo parece ter causado um permanente efeito prejudicial nos adultos e nos jovens nascidos neste período violento. O respeito pela vida humana, a lei, a ordem e a boa moral caiu vertiginosamente. Agora não é nada incomum que jovens delinqüentes se empenhem em atos desarrazoados de destruição e anarquia. Não é incomum observar entre eles, de ano em ano, um constante aumento de assassinatos, agressões, estupros, roubos e outros crimes. Aumentam também os distúrbios que em muitos países transformam as cidades quase que em campos de batalha. Observamos o que se predisse há muito tempo na Bíblia: “Os homens iníquos e os impostores passarão de mal a pior.” — 2 Tim. 3:13.

 Em vista desta tendência, o coração de muitos teme o futuro. Não podem ver nenhuma diminuição no aumento da violência e do que é contra a lei. Apercebem-se também vivamente da constante ameaça duma catastrófica guerra nuclear, mundial. Como predito, estão “ficando desalentados de temor e na expectativa das coisas que vêm sobre a terra habitada”. — Luc. 21:26.

 Portanto, qual será o futuro da juventude de hoje? Será a morte violenta ou a mutilação física numa das muitas guerras que continuam a irromper? Será uma existência incerta e temível num sistema de coisas violento, em que a lei e a ordem entraram em colapso completo? Será o aniquilamento numa guerra nuclear, global, que no cálculo de alguns tiraria a vida a centenas de milhões de pessoas? Ou será um futuro pacífico e seguro, num sistema de coisas mundial melhor do que o que temos hoje?

 O homem não pode prever o futuro, mas o seu Criador pode. Por prestarem bem atenção ao que ele diz, os jovens podem aprender como é possível terem um futuro seguro e pacífico, um futuro que é muito superior a tudo o que já imaginaram. Mas, antes de considerarmos isso, vejamos o propósito de nosso Criador,  Deus, para com o atual mundo violento da humanidade pecaminosa. O futuro dele será também o futuro de muitíssimos dos jovens de hoje.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Seu Barulho e Sua Violência

Daí, então, o rock’n’roll pode causar dano quando se caracteriza pelo som alto e pela violência física. O som alto pode ser simplesmente devido à força física ou à amplificação eletrônica. Como se expressou certo músico adolescente: “Do ponto de vista de minha idade, devo dizer que gosto disso porque é alto. Isso é verdade. Sei disso pelos bailes que costumava freqüentar. Entrava pela porta e a primeira coisa que me cativava era o volume. Era realmente excitante — por cerca de cinco minutos, de qualquer forma.” Com efeito, segundo o Electronics Illustrated, de janeiro de 1969, e o Times de Nova Iorque, de 20 de agosto de 1968, o ‘rock no duro’ pode definitivamente prejudicar a audição da pessoa. Tal dano bem que poderá ser sério e permanente, dependo de quão alta seja a música e por quanto tempo a pessoa fique exposta a ela.

Ainda mais objetável é a violência que alguns conjuntos de “rock” demonstram em suas exibições públicas. Um dos principais músicos de um conjunto extremamente popular de “rock”, no decorrer duma exibição, lançou o microfone para longe do palco, cuspiu nos assistentes na primeira fila e acabou tocando fogo em sua guitarra com fluido para isqueiro. Um conjunto inglês de “rock” destrói um carro no palco durante suas exibições. O terceiro conjunto mais popular de “rock” da Inglaterra sente-se “compelido a destruir, no palco, a chutar a bateria, a lançar microfones no chão, a despedaçar amplificadores, e a transformar guitarras em pedaços de madeira e fios”. (Life, de 28 de junho de 1968) Em certo conjunto, ‘o baterista dá pancadas na bateria como se estivesse inflamado a alcançar alturas inatingíveis de fúria persuasiva. Seu equipamento não faz jus ao desafio. Um tambor rola do palanque, um címbalo sai voando. Então o baterista se põe de pé, chutando e lançando instrumentos em todas as direções, ao passo que o resto do seu conjunto continua a tocar como se nada estivesse acontecendo, salvo desviar-se dos objetos que voam!’

São tais demonstrações realmente diversão musical? Ou são simples exibições de frenesi emocional? Não incentivam a expressão anárquica e violenta por parte dos que as observam? As exibições ao vivo por parte de alguns destes conjuntos são uma das partes mais objetáveis do cenário do rock’n’roll. “Sensuais”, “satânicas”, e “iníquas” são os adjetivos usados pela imprensa para descrever tais exibições.

Protesto e Rebelião

Um aspecto da música “rock” é seu protesto. Não há dúvida quanto a isto. A geração mais jovem tem motivos válidos de protestar contra muita coisa que acontece no mundo hodierno. Certa revista de música popular indicava que, tanto entre os músicos como entre seus fãs, há aqueles que evidenciam “atribulada preocupação com os desvios da hodierna sociedade estadunidense — seu materialismo, seu egoísmo aparente, essa corrida vil para a ilusória realização, a sujeira e estagnação das cidades dessa nação, a letargia do Congresso, as terríveis questões morais suscitadas pela guerra do Vietnam”. E tal preocupação se evidencia na letra de algumas das músicas de rock’n’roll.

Mas, tal tipo de letra de protesto se acha reconhecidamente em minoria. Incomparável maioria das letras de rock‘n’roll expressa sutilmente, oculta ou abertamente, a rebelião dos jovens contra as normas e os princípios da geração mais velha, assim como muitos jovens o fazem por meio de sua aparência e a linguagem que usam. A respeito disso, o escritor Gene Lees declarou que, visto que os jovens sempre tendem a ser rebeldes, e nunca mais do que hoje, “a indústria astutamente lhes vende rebelião — rebelião empacotada, embrulhada e plástica”.

Bem similares são as observações de Daniel F. Greene, conforme publicadas em National Observer, de 15 de janeiro de 1968: “Nada, talvez, reflita mais notavelmente o conflito de gerações do que a nova música. Ecoa todas as outras manifestações da rebelião dos jovens contra a ordem estabelecida — o movimento hippie, o uso de entorpecentes, o protesto social, o pacifismo agressivo, as ridículas roupas da gentalha, a rejeição geral da religião e das convenções morais, e a aversão crônica aos pentes, aos barbeiros e aos institutos de beleza.” Assim, certa letra zomba dos pais por ficarem vendo TV, embora os jovens gastem muito mais tempo vendo TV do que os adultos. Outra música, “Ela Abandona o Lar”, culpa os pais por ela fazer isso.

No entanto, tais letras apenas aumentam o significado do que tem sido chamado de “vitalidade rebelde já presente no ‘rock’”. Assim, ao passo que o censores podem restringir as letras mais ofensivas, não conseguem censurar a rebelião, retirando-a do “rock”, pois é parte da música, do ritmo. Conforme D. Greene observou ainda mais: “Não importa quanto amadureça o lirismo, a batida ainda é a coisa principal na música ‘rock. . . . As palavras, de qualquer forma, são difíceis de ser ouvidas . . . O som da música pop, de fato, sempre foi sua principal atração.” E diz N. Diamond, um compositor de “rock”: “A maioria dos discos não são comprados pelo conteúdo de suas letras, mas pelo seu conteúdo musical. Se a música me cativar, escutarei a letra. Se a música não penetrar em mim, deixa isso para lá.”

Destacando isso, há as palavras de Richard Goldstein, comentarista de larga divulgação no cenário musical moderno. No Times de Nova Iorque, de 24 de novembro de 1968, sob a manchete “Por Que os Jovens Moram o Rock?”, escreveu: “Para se acabar com a revolução do rock, ter-se-ia de banir a própria música, visto que a revolta é inerente à sua natureza, como versão carregada dos blues . . . É fácil esquecer-se . . . de que o rock’n’roll começou como música dos delinqüentes juvenis . . . Os primeiros motins foram . . . ocasionados pela música pop e o súbito livramento da repressão que encorajava. Sua selvageria esquálida suscitou os demônios gêmeos da violência e da vitalidade. Sua incessante intensidade funciona como trilha sonora da revolta.”

Como tudo isso sublinha o dano potencial que jaz na música “rock”! Sugere que os jovens devem ser moderados e extremamente seletivos quanto a se entregarem ao prazer da música “rock”.

Há algum dano no rock’n’roll?

A MÚSICA popular de grande parte da juventude moderna já por alguns anos tem sido dominada pelo que é conhecido como rock’n’roll. Trata-se duma expressão muito vaga. Inclui, não só os grandes extremos em qualidade, mas também grande variedade de formas e linguagens musicais. O que a maioria das formas de música “rock” tem em comum é a ênfase ao ritmo, “o incitamento da batida dura, impulsionadora e inequívoca”.

Qual é a origem do nome “rock’n’roll”? Segundo a revista High Fidelity (Alta Fidelidade), de novembro de 1967: “O termo rock and roll tem uma conotação sexual — rockin’ and rolling originalmente significava fornicar. Mas, daí, a palavra jazz, certa vez um verbo, significava a mesma coisa.” A música “rock” parece ter-se iniciado com a combinação dos ritmos dos pretos e os “blues”. Isto sem dúvida ajuda a explicar porque a influência dos músicos de cor e da música dos pretos no campo do “rock” tem sido tão forte. Uma fase proeminente dela se iniciou com o popular Elvis Presley e seu modo sensual de entoar melodias. Pode-se dizer, contudo, que o “rock” obteve seu maior impulso dos “Beatles”.

Outra coisa que os conjuntos de “rock” geralmente têm em comum é sua juventude. Como Leonard Bernstein comentou: “Este tipo de música é inteiramente dos jovens, pelos jovens e para os jovens. Por jovens quero dizer qualquer pessoa entre oito e vinte e cinco anos.” Para se ver até que ponto este é o caso, basta o fato de que um dos mais notáveis conjuntos de “rock” se compõe de três jovens, dois dos quais têm quatorze anos, e o outro doze anos. Uma enquête dos fãs de certo conjunto popular, os ‘Monkees’, revelou que sua idade média era de dez anos.

Atualmente, os jovens modernos ficam completamente endoidecidos pelos vários tipos de “rock”, tanto por comprarem discos e fitas gravadas, como por eles mesmos tocarem música “rock”. São grandemente responsáveis de as vendas de seus discos constituírem anualmente um negócio de NCr$ 8 bilhões apenas nos EUA. É boa coisa a preocupação da juventude com o “rock”, ou poderia derivar-se algum dano disso? Muito depende da natureza da música “rock” e de até que ponto a juventude fica viciada com ela.

Jovens — estão em caminho para ser bem sucedidos?

HÁ MAIS de um século, o escritor norte-americano R. W. Emerson deu aos jovens a receita para serem bem sucedidos. Ele aconselhou: “Atrele sua carroça a uma estrela.” Emerson queria dizer que os jovens deviam empenhar-se em alcançar objetivos elevados. Mas, para o jovem ser bem sucedido, precisa fazer-se valer por meio do treinamento disciplinado para atingir tal objetivo.

Jovens, estão fazendo os devidos planos agora para o futuro? É sábio fixar alvos nobres e estar decidido a alcançá-los.

A juventude é um período em que a vida brota. É um tempo de comparativa liberdade de pesadas responsabilidades; é tempo de se olhar para a frente, para se conseguir muita alegria e felicidade. Os rapazes e as moças estão cheios de energia e saúde, com perspectivas felizes.

Lamentavelmente, uma grande parte dos jovens não se empenha hoje para atingir objetivos elevados na vida. Antes, no vão empenho de obter independência e isenção de responsabilidades, muitos procuram uma saída por meio de drogas, sexo promíscuo e outras tolices. No entanto, é importante que se dê ouvidos à admoestação: “De Deus não se mofa. Pois, o que o homem semear, isso também ceifará.” — Gál. 6:7.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

A mensagem do rap

Considere o rap, por exemplo. No rap, as letras — gírias rimadas da selva urbana — são faladas, não cantadas, ao acompanhamento duma batida forte. É claro que não há nada inerentemente mau nessa proposta. Muitas canções populares com o correr das décadas incorporaram a palavra falada. Mas o rap muitas vezes leva essa idéia a extremos.

Segundo consta, o rap (ou hip-hop) popularizou-se na década de 70 em pequenas boates de Nova Iorque, freqüentadas por jovens dos bairros pobres. Quando os disc-jóqueis começaram a recitar letras rimadas, com percussão gravada como acompanhamento de fundo, os dançarinos corresponderam quase a ponto de histeria. O rap logo saiu das ruas e clubes de porão para as paradas de sucessos. Grupos e cantores de rap de nomes tão ousados como sua música — Public Enemy (Inimigo Público), M. C. Hammer (Mestre de Cerimônias Hammer) e Vanilla Ice (Sorvete de Baunilha) — logo enchiam as ondas do ar com seu tipo estrondoso de música.

É interessante que, quando um repórter de Despertai! fez a pergunta: “Muitos de vocês ouvem rap?”, a um grupo de jovens cristãos de raças variadas num subúrbio, a surpreendente maioria disse que sim! “O que gostam no rap?”, perguntou ele depois. “Da batida”, respondeu uma adolescente. “Ela flui fácil e é gostosa de ouvir.” “Dá para dançar”, disse outra. Mas a próxima pergunta teve uma reação bem menos entusiástica: “Será que alguns raps são um problema para os cristãos?”

Depois duma embaraçosa pausa, uma moça admitiu: “Alguns raps são muito, muito sujos.” Outros concordaram relutantemente com ela. De fato, muitos daqueles jovens estavam alarmantemente familiarizados com uma enorme lista de canções objetáveis — canções que promovem a promiscuidade e a perversão em termos escandalosamente descritivos. Alguns reconheceram que muitas dessas canções abusam de linguagem obscena.

Sim, parece que grande parte do rap transmite uma mensagem de rebelião, violência, raiva, racismo e aptidão sexual. O patrocinador de rap Daniel Caudeiron, presidente da Associação de Música Negra do Canadá, que elogia o rap por ser “assoberbantemente positivo”, admite que grande parte do rap é “misógino [contra mulheres], sexista e de vez em quando chulo”. — Maclean’s, 12 de novembro de 1990.

O fascínio do rock

Por que o rock é tão popular? Segundo o livro Youth Trends (Tendências dos Jovens), o rock serve de “linguagem comum entre todos os jovens”. Assim, alguns jovens acham que ficar em dia com o panorama musical — conhecer os mais novos grupos e músicas — ajuda-os a se ajustar aos outros. A música fornece um vínculo comum entre os jovens e intermináveis tópicos de conversa.

Para muitos jovens, porém, a música é apreciada melhor a sós. Teve um dia difícil na escola? Então talvez seja como a adolescente Bruna, que diz: “Sento no meu quarto, ligo o som bem alto e não faço nada. De certo modo alivia a tensão e as pressões.” Embora o rock muitas vezes seja criticado por ser barulhento e estridente, muitas canções populares são melodiosas e bem arranjadas.

Na opinião de outros, porém, o fascínio está na batida. “É a música mais fácil de dançar”, explicou uma moça ao lhe perguntarem por que era fã de rap. Mas muitos também são atraídos pela letra. Escritas sob medida para os jovens, as letras da música pop percorrem toda a escala de sentimentos e ansiedades dos adolescentes. O rap é especialmente notável já que focaliza questões atuais, como racismo e injustiça social. “Ligo o rádio e a maioria das músicas não faz sentido; elas me deixam louco”, queixa-se um adolescente chamado Dan, citado na revista Newsweek. “O rap tem histórias reais e coisas reais. É interessante ouvir.”

No entanto, a mensagem da música é que talvez seja a maior preocupação dos seus pais.

O lugar da música na vida

Bem, na verdade ninguém está dizendo que é errado ouvir música. Parte da Bíblia — sobretudo os salmos — era originalmente para ser cantada. Nos tempos bíblicos, a música era usada com destaque na adoração de Deus. (Salmo 149:3; 150:4) Era também um meio de expressar alegria, empolgação e pesar. (Gênesis 31:27; Juízes 11:34; 1 Samuel 18:6, 7; Mateus 9:23, 24) Nos dias de Jesus Cristo, a música era uma atração comum em reuniões sociais; contribuía para o prazer da ocasião. — Lucas 15:25.

A música ainda tem um papel importante hoje, especialmente entre os jovens. The Journal da Associação Médica Americana comenta: “Dos 12 aos 18 anos, o adolescente mediano ouve 10.500 horas de rock, só um pouquinho menos que toda a carga horária em salas de aula do jardim-de-infância ao fim do segundo grau.”

Pesquisas indicam que a maioria dos jovens dos EUA ouve quase exclusivamente rock ou música pop. (A bem da simplicidade, usaremos os termos “rock” e “música pop” para nos referirmos a praticamente todos os estilos de música popular entre os jovens: do soul e new wave ao rap e heavy metal.) Segundo a Enciclopédia World Book, “o rock já não é apenas a música dos americanos jovens. É música do mundo todo”.

Que há de errado com as minhas músicas?

“Meu pai diz: ‘Desligue essa barulheira! Está ferindo meus ouvidos!’” — Um adolescente.

“Alguns raps são muito, muito sujos.” — Uma adolescente.

“NÃO é uma coisa assim tão importante”, queixou-se Júlia. “Por que criam tanto caso por causa de música?” Lisa, de 13 anos, pensa o mesmo. “É só uma música”, insiste ela.

Será que você também está travando uma batalha infindável com seus pais por causa de música? Se está, talvez ouça queixas, ameaças e ordens sempre que põe sua fita ou disco favorito. (“Meu pai diz: ‘Desligue essa barulheira! Está ferindo meus ouvidos!’”, diz um adolescente.) Cansado das discussões, talvez ache que seus pais criam caso a troco de nada. “E quando eles eram jovens?”, argumenta uma adolescente. “Será que os pais deles não achavam que as músicas que ouviam eram ruins?”

O argumento dela é forte. Através da História, as gerações de mais idade e as mais novas sempre tenderam a chocar-se em questões de gosto pessoal. Assim, por que deveria parar de ouvir suas músicas só porque não agradam a seus pais? Afinal, o que há de errado com suas músicas?