sábado, 18 de setembro de 2010

‘O que está acontecendo com o meu corpo?’

A puberdade começa com um aumento nos níveis hormonais — principalmente o estrogênio nas meninas e a testosterona nos meninos. As mudanças hormonais são em parte responsáveis pela espantosa transformação física que se segue. De fato, desde que você era bebê, seu crescimento físico nunca foi tão rápido quanto no início da puberdade.

Nessa fase os órgãos reprodutores começam a amadurecer, mas esse é apenas um dos aspectos do desenvolvimento físico. É comum haver um aumento rápido na altura, ou uma “esticada”, como se costuma dizer. Embora quando criança você talvez crescesse uns cinco centímetros por ano, agora você pode crescer o dobro disso no mesmo período.

Nessa fase, talvez se sinta meio desajeitado. Isso é normal, pois lembre-se de que diferentes partes do corpo podem estar se desenvolvendo a ritmos diferentes. Mas tenha paciência. Você não vai ser desajeitado pelo resto da vida. Essa fase vai passar.

Na puberdade as meninas começam a menstruar, ou seja, a ter um fluxo mensal de sangue, secreções e restos de mucosa uterina. O período menstrual geralmente é acompanhado de cólicas bem como de uma queda no nível hormonal. Visto que isso afeta tanto o físico como o emocional, a menina pode ficar assustada quando começa a menstruar. “De uma hora para outra eu tive de me acostumar com todas essas mudanças”, lembra-se Teresa, hoje com 17 anos. “Fiquei emocionalmente instável e sentia dores. E todo mês era a mesma coisa!”

Você não precisa ficar assustada quando começa a menstruar. Afinal de contas, é sinal de que o seu corpo está funcionando normalmente. Com o tempo, aprenderá a amenizar o desconforto. Algumas mulheres, por exemplo, descobriram que exercícios regulares ajudam a diminuir a dor das cólicas. Mas cada organismo reage de um jeito. No seu caso, talvez descubra que precisa reduzir drasticamente as atividades físicas durante a menstruação. Aprenda a reconhecer os sinais que o corpo dá e faça o que for necessário para se sentir bem.

Na adolescência, jovens de ambos os sexos passam a se preocupar cada vez mais com a aparência. “Foi nessa fase que eu realmente comecei a notar e a me preocupar com o que os outros achavam da minha aparência”, confessa Teresa. “E para falar a verdade, a maior parte do tempo eu ainda não gosto da minha aparência”, continua. “Meu cabelo não coopera, minhas roupas não caem bem e nem consigo encontrar roupas de que eu goste.”

Você pode ter outras surpresas desagradáveis com o seu corpo. Por exemplo, as glândulas sudoríparas ficam mais ativas na puberdade, o que pode fazer com que transpire mais. Para controlar o odor do corpo, convém tomar banho regularmente, não vestir roupa suada e usar desodorante ou antiperspirante.

Também, durante a puberdade as glândulas sebáceas se tornam mais ativas, propiciando o surgimento de espinhas e de acne. ‘Parece que o meu rosto fica cheio de espinhas justamente quando quero ficar bonita para alguma ocasião’, lamenta Ann. “Até parece que elas adivinham e fazem isso de propósito.” Teresa também tem problemas com acne. “Quando tenho acne, eu me acho feia e me sinto mal”, diz ela, “porque quando as pessoas me olham, eu acho que elas estão olhando para a acne e não para mim”.

É claro que os rapazes também podem ser afetados por problemas de pele. De fato, segundo alguns especialistas, os rapazes são mais suscetíveis a apresentar o problema do que as meninas. Mas independentemente do sexo, uma medida simples que ajuda é lavar com regularidade as áreas oleosas do corpo — incluindo o rosto, o pescoço, os ombros, as costas e o peito. Além disso, lavar os cabelos com freqüência evita que a oleosidade do couro cabeludo passe para a pele. Há também disponíveis no mercado produtos próprios para combater a acne e as espinhas. “Meus pais me ajudaram a encontrar loções de limpeza e produtos adequados para aplicar na pele”, diz Teresa. “Eles também me ajudaram a não me entupir de alimentos sem valor nutritivo. Quando não como alimentos sem valor nutritivo e bebo bastante água, a acne geralmente desaparece.”

Outra mudança física que afeta principalmente os rapazes tem a ver com a voz. Na puberdade, as cordas vocais geralmente engrossam e se alongam, fazendo com que a voz fique mais grossa. Bill diz que no caso dele isso aconteceu sem que ele nem reparasse. “Só fui perceber que minha voz tinha mudado quando, ao falar ao telefone, as pessoas pararam de confundir a minha voz com a da minha irmã ou a da minha mãe”, diz ele.

Às vezes a voz que está nesse processo de mudança falha, ou seja, fica aguda de repente. “Era muito embaraçoso”, diz Tyrone, lembrando-se de quando era jovem. “Isso acontecia sempre que eu ficava nervoso ou emocionado. Eu procurava controlar as minhas emoções, mas não conseguia.” Ele acrescenta: “Depois de um ou dois anos, a minha voz voltou ao normal.” Se isso está acontecendo com você, não se desespere. Sua voz também logo vai se estabilizar num tom mais grave e mais forte.

‘Por que me sinto assim?’

Muitas vezes os adolescentes passam por uma série de situações que os magoam. Por exemplo, você talvez se dê conta de que o relacionamento entre você e seus melhores amigos de infância não é mais o mesmo. Não que tenha havido algum desentendimento. Você simplesmente descobre que já não tem mais tanta coisa em comum com eles. Mesmo os seus pais — para quem você corria em busca de consolo e segurança — de repente podem lhe parecer antiquados e inacessíveis.

Tudo isso pode fazer com que o adolescente se sinta socialmente excluído. “Segundo alguns pesquisadores, a solidão é mais freqüente e mais intensa na adolescência do que na infância e na idade adulta”, diz certa obra de referência. Com medo de que o considerem estranho, você pode acabar se fechando. Ou talvez não queira se aproximar de outros, achando no fundo que ninguém o quer como amigo.

A maioria dos adolescentes, assim como muitos adultos, tem os seus momentos de solidão. Mas o importante é lembrar-se de que, com o tempo, esses sentimentos geralmente passam. Tenha em mente que, por ser adolescente, praticamente tudo em você está mudando. Seu conceito sobre a vida, sobre outros e até sobre você mesmo muda constantemente. De fato, muitas vezes nem você se reconhece. Talvez se sinta como Steve, de 17 anos, que admite: “É muito difícil você dizer que se conhece quando está mudando tão rapidamente.”

Uma das melhores maneiras de combater a solidão é se interessar por outras pessoas. Assim você pode conhecer pessoas de outras faixas etárias. Sabe de algumas pessoas mais velhas que apreciariam receber uma visita amigável? Poderia fazer algum favor para elas, especialmente se precisam de ajuda? A Bíblia incentiva a todos — jovens e adultos — a ‘se alargar’ na sua afeição para com outros. (2 Coríntios 6:11-13) Fazer isso pode ampliar seu círculo de amizades.

A passagem bíblica acima citada é apenas uma entre os muitos princípios que têm ajudado os jovens cristãos a lidar com os desafios da adolescência. Ao ler o próximo artigo, veja como a Palavra de Deus pode exercer uma poderosa influência em sua vida ao se desenvolver para a idade adulta.

[Nota(s) de rodapé]

No início, os ciclos podem ter uma duração maior ou menor do que um mês. A intensidade do fluxo também pode variar muito. Essas variações são normais e não devem ser motivo de preocupação. No entanto, se você tiver ciclos irregulares por um ano ou dois, talvez seja bom consultar um médico.

Se a solidão for crônica ou você tiver pensamentos suicidas, procure ajuda. Converse sem demora com os seus pais ou com um adulto em quem confia.

O início da puberdade

As mudanças biológicas que ocorrem na adolescência preparam o corpo para a capacidade de gerar filhos. Esse processo, chamado de puberdade, leva anos para se completar e afeta muito mais do que apenas o desenvolvimento dos órgãos reprodutores, conforme veremos.

As meninas geralmente entram na puberdade entre 10 e 12 anos, e os meninos, entre 12 e 14. Mas, dependendo da pessoa, esse processo pode começar antes ou depois dessa faixa. De acordo com The New Teenage Body Book (Novo Livro sobre o Corpo do Adolescente) “cada indivíduo possui seu próprio relógio biológico que dita quando começarão as transformações da puberdade”. O livro acrescenta: “O período considerado normal varia muito.” Assim, não há nada de errado se você entrar na puberdade antes ou depois de seus colegas.

Não importa quando começa, a puberdade pode afetar sua aparência, suas emoções e a maneira de você encarar as coisas. Vejamos alguns dos aspectos fascinantes, mas muitas vezes desafiadores, dessa fase sem igual na vida.

‘O que está acontecendo comigo?’

‘O que está acontecendo comigo?’

“Foi como se eu acordasse um dia e tudo tivesse mudado. Eu era uma pessoa diferente num corpo diferente.” — Sam.

O QUE é adolescência? Em termos simples, é o período da vida entre a infância e a vida adulta. Trata-se de uma fase em que você passa por grandes mudanças físicas, emocionais e até sociais. Em certo sentido, é emocionante tornar-se adolescente. Afinal de contas, é sinal de que você está se desenvolvendo para a vida adulta. Por outro lado, você também passa a experimentar novas sensações, e algumas delas podem deixá-lo confuso ou até mesmo assustado.

Mas não precisa ficar apavorado. É verdade que a adolescência traz as suas angústias. Mas também lhe dá a maravilhosa oportunidade de fazer uma transição satisfatória para a vida adulta. Vejamos como isso é possível. Primeiro, analisemos alguns dos desafios que os adolescentes enfrentam.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O início da puberdade

As mudanças biológicas que ocorrem na adolescência preparam o corpo para a capacidade de gerar filhos. Esse processo, chamado de puberdade, leva anos para se completar e afeta muito mais do que apenas o desenvolvimento dos órgãos reprodutores, conforme veremos.

As meninas geralmente entram na puberdade entre 10 e 12 anos, e os meninos, entre 12 e 14. Mas, dependendo da pessoa, esse processo pode começar antes ou depois dessa faixa. De acordo com The New Teenage Body Book (Novo Livro sobre o Corpo do Adolescente) “cada indivíduo possui seu próprio relógio biológico que dita quando começarão as transformações da puberdade”. O livro acrescenta: “O período considerado normal varia muito.” Assim, não há nada de errado se você entrar na puberdade antes ou depois de seus colegas.

Não importa quando começa, a puberdade pode afetar sua aparência, suas emoções e a maneira de você encarar as coisas. Vejamos alguns dos aspectos fascinantes, mas muitas vezes desafiadores, dessa fase sem igual na vida.

‘O que está acontecendo comigo?’

“Foi como se eu acordasse um dia e tudo tivesse mudado. Eu era uma pessoa diferente num corpo diferente.” — Sam.

O QUE é adolescência? Em termos simples, é o período da vida entre a infância e a vida adulta. Trata-se de uma fase em que você passa por grandes mudanças físicas, emocionais e até sociais. Em certo sentido, é emocionante tornar-se adolescente. Afinal de contas, é sinal de que você está se desenvolvendo para a vida adulta. Por outro lado, você também passa a experimentar novas sensações, e algumas delas podem deixá-lo confuso ou até mesmo assustado.

Mas não precisa ficar apavorado. É verdade que a adolescência traz as suas angústias. Mas também lhe dá a maravilhosa oportunidade de fazer uma transição satisfatória para a vida adulta. Vejamos como isso é possível. Primeiro, analisemos alguns dos desafios que os adolescentes enfrentam.

Maquiagem — Por Que É Importante Para as Moças

Conforme ilustrado pelo diálogo inicial, existe ampla variedade de opiniões sobre este assunto, até mesmo entre adolescentes. Não é de admirar, então, que você e seus pais talvez tenham dificuldade em ver as coisas do mesmo modo! Ainda assim, receber um redondo não de seus pais pode parecer algo desarrazoadamente estrito. “A gente vê as moças na escola”, relembra uma jovem chamada Mônica, “e elas estão todas usando maquiagem”. Talvez também fique imaginando por que pode ser OK para sua mãe, mas não é OK para você! Ademais, você está ficando mais velha, e agora, mais do que nunca, sua aparência é importante para você.

A puberdade provocou mudanças em sua altura, em seu peso e em suas formas. Como comenta o livro The Secret of a Good Life With Your Teenager (O Segredo de Uma Vida Agradável com Seu Filho Adolescente), “estas transformações deixam [os jovens] preocupados, mais do que nunca, com sua atratividade. . . Também ficam preocupados em reafirmar sua identidade sexual. Eles querem que seja reconhecida sua feminilidade ou masculinidade”. Ou, conforme uma escritora se expressou, você deseja “começar a moldar um estilo próprio. . . [que] revele o seu eu mais apreciado por você mesma, e com o qual se sente mais à vontade”. — Changing Bodies, Changing Lives (Corpos Que Mudam; Vidas Que Mudam), de Ruth Bell.

Para muitas garotas, a maquiagem é um modo de estabelecer aquele estilo individual e de se sentirem mais femininas ou atraentes. “Quando uso maquiagem, eu me sinto mais confiante”, explicou uma adolescente. Nina, já citada, acrescenta: “Existem muitas garotas bonitas, e usar maquiagem me faz sentir melhor comigo mesma.”

Usar maquiagem também é uma espécie de ritual de passagem para a vida adulta. Como uma adolescente se expressou: “A gente não deseja mais ser considerada uma menininha.” Algumas esperam que uma aparência mais adulta lhes granjeie mais respeito ou até mesmo atraia a atenção de rapazes mais velhos. Para outras, usar maquiagem é simplesmente uma forma de ajustar-se às colegas. Diz Diana: “Quanto mais velha você parecer, tanto mais calma as outras garotas pensam que você é.”

Muitas jovens, porém, desejam usar maquiagem por motivos inteiramente práticos: para igualar tons de pele desiguais, para encobrir uma pele feia ou uma cicatriz, para realçar traços atraentes do rosto, ou para disfarçar traços não tão atraentes. Mesmo assim, o pedido de permissão para usar maquiagem bem que pode suscitar uma controvérsia familiar. Por que será que os pais não raro reagem de tal forma negativa?

domingo, 5 de setembro de 2010

TER NORMAS COERENTES

Outra necessidade do adolescente é ter normas e orientações firmes e coerentes. Falando sobre este assunto, o Contra-almirante James F. Calvert, superintendente da Academia Naval dos E. U. A., e pai de três filhos, disse recentemente, conforme noticiado pelo jornal The Detroit News:

“A garotada de hoje aprende mais da televisão do que aprenderão de nós. O adolescente de uns 15 anos gasta 20 minutos por dia com leitura e duas horas vendo televisão.”

Depois de comentar o fracasso dos pais quanto a incutir um ‘senso de dever e de orgulho familiar’, ele prosseguiu: “Sem disciplina, não pode haver respeito básico.” Calvert comparou a disciplina humana com a casca de ovo. “Quando está intata”, disse ele, “é um objeto forte e bonito. Quebrada ou rachada, logo se desfaz.

“Os jovens podem não clamar por disciplina, mas precisam dela desesperadamente. A autoridade estrita dos pais desenvolve nos filhos um senso de segurança.”

O adolescente precisa da segurança da disciplina coerente. Talvez não concorde prontamente com a necessidade de algumas das restrições e regras, mas concordará plenamente que seus pais deviam ser coerentes nas suas regras. Ele quer saber o que pode ou o que não pode fazer. Sente-se frustrado quando estas regras são mudadas de um dia para outro, só porque os pais “acham” assim na ocasião. Jesus disse: “Deixai . . . que a vossa palavra Sim signifique Sim, e o vosso Não, Não.” — Mat. 5:37.

As regras e restrições podem ser comparadas a limites. O adolescente necessita que se lhe definam e identifiquem claramente os limites; daí, quer ter a confiança e a liberdade dentro destes limites. Certo pai comparou este fato com a experiência de sua família no aluguel duma casa:

“Encontrava-se num lugar arborizado. Uma das primeiras perguntas que fizemos foi sobre os limites. Queríamos saber: O que se nos permite fazer com a propriedade? Seria necessário saber isso para gostarmos de viver ali. Pode imaginar o desconforto e a frustração se o senhorio mudasse as restrições cada semana, ou algo assim. O mesmo princípio se aplica às restrições impostas aos adolescentes. As regras devem ser razoáveis e coerentes. E, daí, dê-lhes a confiança e a liberdade dentro destes limites.”

As regras não devem ser desarrazoadamente rígidas. Algum acontecimento ou ocasião especial pode ser motivo bastante para se considerar um pedido especial.

SER TRATADO COMO ENTE INDIVIDUAL

Uma grande necessidade sentida pelo adolescente é ser tratado como ente individual. Charles R. Foster diz no seu livro Psicologia Para a Vida Atual (em inglês):

“Reconhece-se que o ser humano quer mais do que apenas comer e dormir. Quer ser reconhecido como pessoa e quer sentir que é bem sucedido.”

“Certamente, cada pessoa se sente melhor e trabalha com mais eficiência quando pode conseguir algo e quando pode sentir que seu próprio lugar no mundo é importante. A maioria dos estudantes do comportamento social acham que cada ser humano tem algum potencial latente — que cada um sabe fazer alguma coisa bem, ou melhor, se apenas pudermos descobrir o que é.”

Cada adolescente precisa ser considerado como diferente de todos os outros. Os pais ficam sabendo que não há dois filhos iguais. A instrução e a disciplina que funcionam bem para um filho talvez não sejam eficientes para outro. Isto se dá especialmente no que se refere aos adolescentes.

Portanto, não é bom comparar um filho com o outro. Quando se faz comparação do trabalho de alguém com o trabalho melhor de outro, surgem ressentimentos, não incentivo. (Veja 2 Coríntios 10:12) O adolescente quer ser aceito por aquilo que ele é e pode fazer como ente individual. Quer ser amado pelos seus pais pelo que ele mesmo é, e quer ser tratado com bondade humana. Por outro lado, não quer ser sufocado ou sempre tratado como se fosse criança.

O que os adolescentes necessitam de seus pais

CADA adulto já foi uma vez adolescente. Cada pai ou mãe dum adolescente já foi também adolescente. De modo que os adultos deviam poder compreender os problemas e as frustrações dos adolescentes. Mas, demasiadas vezes acontece que os pais nem se lembram dos problemas que tiveram quando eram adolescentes e deixam de ter compreensão com seus filhos adolescentes. Certo avô lembrou-se da seguinte experiência:

“Quando eu era menino, achava às vezes que a disciplina familiar era dura e injusta. Lembro-me de pensar que, quando eu crescesse e tivesse filhos, eu os disciplinaria com amor, escutando-os e raciocinando com eles.

“Quando atingi este estágio na minha vida, verifiquei que eram grandes as pressões em criar os filhos. As longas horas de trabalho impediram-me ver muito os meus filhos. Quando passava tempo com eles, eu era impaciente e irascível.

“Os anos de crescimento dos filhos passam depressa demais. Agora sou avô, com uma atitude completamente diferente da que tinha como pai. Encontro tempo para brincar com os netos e ter prazer neles, muitas vezes querendo defendê-los quando estão em dificuldades, achando que os seus pais são duros demais e não têm compreensão. Amiúde penso: Se nós, como pais, somente pudéssemos ter a paciência e a compreensão dos avós.”

Os pais costumam esquecer-se de que o adolescente normalmente quer reafirmar-se como indivíduo com suas próprias necessidades. Eles não entendem isso, e aí surgem problemas. Um ministro, que fez um estudo dos problemas dos adolescentes, relata que fez a seguinte pergunta a muitos adolescentes: “Qual é a coisa primária que quer de seus pais, acima de todas as outras?” Quase sem exceção, eles responderam:

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Distúrbio bipolar

Alguns desses sintomas podem indicar outra doença complexa: o distúrbio bipolar. Segundo a Dra. Barbara D. Ingersoll e o Dr. Sam Goldstein, o distúrbio bipolar (antes conhecido como psicose maníaco-depressiva) é “uma condição caracterizada por episódios depressivos intercalados por períodos em que o humor e a energia estão excessivamente elevados, bem acima, de fato, dos níveis normais do bom humor”.

Essa fase de euforia é chamada de mania. Os sintomas incluem falar muito, ter raciocínio rápido e menor necessidade de sono. De fato, a vítima talvez passe dias sem dormir, aparentemente sem perder a disposição. Outro sintoma do distúrbio bipolar é o comportamento extremamente impulsivo, sem levar em conta as conseqüências. “A mania muitas vezes afeta o raciocínio, o julgamento e o comportamento social de maneiras que causam problemas graves e embaraço”, declara um relatório do Instituto Nacional de Saúde Mental, dos EUA. Quanto tempo dura a fase da mania? Às vezes apenas alguns dias; em outros casos, vários meses — até ser substituída pela depressão.

Quem tem parentes que sofrem da doença corre maior risco de desenvolver o distúrbio bipolar. A boa notícia é que existe esperança para as vítimas. “Se forem diagnosticadas cedo e tratadas corretamente”, diz o livro The Bipolar Child (A Criança Bipolar), “essas crianças e suas famílias podem ter uma vida bem mais estável”.

É importante mencionar que nenhum desses sintomas por si só indica depressão ou distúrbio bipolar. Costuma-se obter o diagnóstico quando vários desses sintomas ocorrem ao longo de um determinado período. Mas ainda há uma pergunta que precisa ser respondida: Por que essa doença complexa aflige os adolescentes?

Sintomas comuns

Obtém-se um diagnóstico de depressão somente quando um jovem apresenta vários dos sintomas todo dia, durante a maior parte do dia, por duas semanas pelo menos. Quando a crise dura relativamente pouco tempo, é chamada de episódio depressivo. Quando os sintomas persistem por pelo menos um ano com no máximo dois meses de alívio, o diagnóstico pode ser de distimia, uma forma mais crônica de depressão leve ou moderada. Seja como for, quais são alguns sintomas comuns de depressão?

Mudança súbita de humor e de comportamento. Um adolescente que antes era dócil de repente se torna hostil. É comum que adolescentes deprimidos apresentem comportamento rebelde e até fujam de casa.

Isolamento social. O adolescente deprimido se afasta dos amigos. Ou pode ser que os amigos se afastem, notando mudanças indesejáveis na atitude e no comportamento dele.

Diminuição de interesse em quase toda atividade. O adolescente fica incomumente passivo. Começa a achar tediosos os passatempos de que antes gostava.

Mudança perceptível nos hábitos alimentares. Muitos especialistas acham que distúrbios como anorexia, bulimia e compulsão alimentar muitas vezes coexistem com a depressão e com freqüência são causados por ela.

Distúrbios do sono. O adolescente dorme muito pouco ou demais. Alguns desenvolvem hábitos irregulares de sono, ficando acordados a noite toda e depois dormindo o dia inteiro.

Queda no rendimento escolar. O adolescente deprimido tem dificuldades para se relacionar com os professores e os colegas, e as notas começam a cair. Logo ele nem quer mais ir à escola.

Comportamento arriscado ou autodestrutivo. ‘Brincar com a morte’ pode indicar que o jovem tem pouco interesse pela vida. Outro possível sintoma é a automutilação (como cortar a pele).

Sentimentos de inutilidade ou de culpa sem razão. O adolescente se torna muito autocrítico, sentindo-se um fracassado, mesmo que os fatos indiquem o contrário.

Problemas psicossomáticos. Quando não se descobre uma causa física para dores de cabeça, de estômago e nas costas ou para problemas similares, esses podem ser indícios de depressão.

Idéias recorrentes de morte ou suicídio. Preocupação com temas mórbidos pode indicar depressão. Ameaças de suicídio também. — Veja o quadro abaixo.

Fique atento aos indícios

“A tristeza é uma emoção normal e saudável; a depressão é uma doença. O desafio é entender e reconhecer a diferença.” — Dr. David G. Fassler.

COMO a maioria das outras doenças, a depressão tem sintomas reveladores. Mas nem sempre é fácil reconhecer os indícios. Por quê? Porque quase todos os adolescentes ficam “para baixo” de vez em quando — algo que também ocorre com adultos. Qual é a diferença entre um mero caso de melancolia e a depressão? Tem muito que ver com a intensidade e a duração do problema.

Intensidade refere-se ao grau de aflição que os sentimentos negativos causam no jovem. A depressão é mais grave do que um breve período de desânimo. Trata-se de uma doença emocional intensa que afeta muito a capacidade do adolescente de levar uma vida normal. O Dr. Andrew Slaby descreve a gravidade da doença da seguinte maneira: “Imagine a pior dor física que você já sentiu — um osso fraturado, uma dor de dente ou uma dor de parto —, multiplique-a por dez e retire a causa; daí você talvez tenha uma idéia aproximada da dor causada pela depressão.”

Duração refere-se a quanto tempo dura o estado de apatia. Segundo os professores clínicos Leon Cytryn e Donald H. McKnew Jr., “uma criança que não mostra sinais de se consolar ou de voltar à vida normal uma semana depois de ter entrado num período de tristeza (não importa por qual razão) — ou seis meses depois de ter sofrido uma grande perda pessoal — corre risco de desenvolver um distúrbio depressivo”.