terça-feira, 20 de abril de 2010

A crescente ameaça dos abusos de tóxicos



“SOMOS uma sociedade viciada em tóxicos”, “uma sociedade obsedada por tóxicos”, afirmam as autoridades. Milhões de pessoas não conseguem mais dormir, acordar ou sentir-se confortáveis sem o auxílio de tóxicos. Grandes números de adultos lançam pílulas em sua boca para quaisquer malezinhos que os aflijam. Os armários de remédios estão repletos de medicamentos: pílulas dietéticas, analgésicos estomacais, tabletes soporíferos, tranqüilizantes, barbitúricos, anfetaminas, laxativos e analgésicos em geral. Uma opinião popular é que deve haver “uma pílula para cada mal”.
Nos Estados Unidos, num único ano, foram fabricados 12.000.000.000 de tabletes de anfetaminas e barbitúricos, e 50.000.000 de tranqüilizantes. A Administração de Alimentos e Remédios dos EUA afirma que, todo ano, os bilhões de pílulas estimulantes desviados para uso ilegal e, por fim, ao emprego incorreto, poderiam “manter todos nos Estados Unidos despertos e dando pulos por uma semana” e os barbitúricos poderiam “mantê-los em estupor por uma semana”.
É substancial a amplitude do uso de tóxicos entre os jovens. As autoridades policiais calculam que de 15 a 50 por cento dos adolescentes em qualquer comunidade dos subúrbios chiques estadunidenses talvez experimentem a maconha e outros tóxicos. Em algumas das grandes universidades, as enquêtes indicam que de 10 a 30 por cento dos estudantes já experimentaram tóxicos pelo menos uma vez. A amplitude dos abusos de tóxicos pelos estudantes das escolas primárias e secundárias não é conhecida, mas se relata que é significativa e está aumentando.
Numa cidadezinha estadunidense, quinze ginasianos foram presos por fumarem maconha. Certo pai, diácono numa igreja, era o fornecedor. Cinco rapazes que cursavam o vestibular na Nova Inglaterra foram expulsos da escola por usarem tóxicos; um deles era filho de um congressista estadunidense. Os filhos de dois senadores foram presos por causa da maconha, como também o foram os filhos de um deputado estadual e de um ator da Califórnia.
As investigações escolares revelaram que, entre outras coisas, crianças até com treze anos “injetavam” um estimulante chamado Metedrina debaixo da língua para que as marcas das agulhadas não aparecessem. Uma enquête em certa escola revelou que 18 por cento dos rapazes e 12 por cento das moças do sétimo ano escolar já tinham pelo menos provado a maconha. O Centro de Viciados do Distrito de Colúmbia, em Washington, já revelou haver maconheiros tão jovens como de oito anos de idade.
Onde e como as crianças se envolvem no abuso de tóxicos? Primariamente, nas escolas. As crianças mesmas se referem às escolas como sendo “centros de supermercados” para tóxicos durante o período escolar e às ruas e aos parques da cidade em outras épocas. Eis o que algumas delas têm a dizer:
Um rapaz de dezessete anos de Connecticut, EUA, disse: “Eu mal começara a cursar o ginásio quando fiquei primeiramente exposto aos tóxicos. Quase todos na escola conhecem alguém que vende tóxicos, quer os use quer não. A parte mais engraçada de tudo é que tudo isso se faz às claras. É guardado nos armários dos estudantes. Ficaria chocado de ver os armários dos puxadores repletos até em cima de sacos de ‘erva’ [maconha] de ‘cinco centavos [Cr$ 0,25]’ e de ‘dez centavos [Cr$ 0,50]’.”
Disse um adolescente: “A primeira vez que fui convidado a usar maconha foi no segundo ano. Muitos dos meus amigos a experimentavam simplesmente por curiosidade. Após um tempo, também a experimentei.”
Um rapaz de Detroit, Michigan, escreve: “Em minha turma de biologia, no último semestre, havia esse garoto que me disse que se eu alguma vez mudasse de idéia e quisesse tóxicos, ele os arranjaria para mim bem baratinho.”
Um rapaz de dezoito anos de New Haven, Connecticut, escreveu: “Comecei inicialmente a usar tóxicos quando tinha 16 anos, na cidade de Nova Iorque. Quando estava na escola, um amigo meu me convenceu de que os tóxicos mais potentes eram o ‘quente’.”
Certa moça de São Francisco escreve: “Quando era segundanista, colocaram um cigarro verde em minha carteira escolar. Fiquei chocada ao saber que era maconha. Os rapazes me desafiaram à fumá-la.”
Os relatórios são geralmente os mesmos, quer de Nova Iorque quer de São Francisco — as escolas são um dos principais centros geradores do vício de tóxicos. Mas, muitos jovens não estão convictos plenamente é da medida em que vários tóxicos são prejudiciais e perigosos.
É perigosa a maconha? A resposta é Sim. Muitas são as pessoas que sofrem efeitos adversos. Um jovem de dezesseis anos de Maryland, EUA, afirmou que largava a maconha “porque não consigo lembrar mais as coisas”. Outra pessoa “fumara um cigarro e se tornara inquieta, agitada, tonta, temerosa de seu ambiente, amedrontada pela morte, e sofrera três breves ataques de perda de consciência”. A maconha prejudica o juízo e perturba a visão, a audição e o senso do tempo e da distância praticamente para cada provador. E, na maioria dos casos em que se tomaram tóxicos mais fortes, admitiu-se que fumar maconha definitivamente pavimentou o caminho. É isso o que se poderia chamar de tóxico seguro?
Os alucinógenos, como o LSD, reconhecidamente causam mudanças permanentes de personalidade, danos aos cromossomos humanos, comportamento imprevisível que leva a tentativas de suicídio e à dependência psicológica. Os agentes deprimentes (barbitúricos) podem causar o delírio, alucinações, convulsões e coma. Os estimulantes (anfetaminas) podem causar a mudança permanente de personalidade. A heroína destrói a força de vontade, causa extrema inquietação, graves dores leves e agudas e a morte pela alta dosagem. Aspirar solventes provoca danos ao fígado e aos rins e bem amiúde leva à morte.
Que podem fazer os pais para proteger seus filhos dos tóxicos que afetam a mente? Que podem os filhos fazer para proteger a si mesmos da influência escravizadora aos tóxicos que varre o mundo? Há coisas específicas que os pais e os filhos podem e devem fazer agora. O artigo seguinte diz quais são elas.

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