sábado, 2 de outubro de 2010

Execute Sua Parte das Tarefas Domésticas

Uma adolescente chamada Leonor afirma: “Tomo conta de minha irmãzinha e ajudo minha mãe a manter a casa em ordem. Deste modo, mamãe não tem tanta coisa para fazer nos fins-de-semana.” Naturalmente, talvez não lhe pareça justo ter de trabalhar quando preferiria brincar. Mas afirma o psicólogo David Elkind sobre cuidar de tarefas domésticas básicas: “Por certo, estas são exigências razoáveis a serem feitas aos filhos . . . Poder-se-ia até dizer que muitas crianças nas casas em que há dois genitores, e onde apenas um deles trabalha fora, tirariam proveito caso se esperasse que elas mesmas fizessem mais.” Cuidar de tarefas é assim um dos modos de evitar o enfado — e desenvolver certo senso de responsabilidade.

Carlos recorda: “Desde pequenino, eu tinha coisas a fazer em casa, como arrumar minha cama e remover o lixo.” Ele deveras admite: “Jamais precisei cozinhar, embora saiba enfiar umas fatias de pão numa torradeira elétrica, ou preparar um sanduíche!” Executar tarefas domésticas não lhe causou nenhum dano; se fez algo, foi contribuir para seu crescimento emocional.

Por que não tenta, então, levar sua própria carga, quando se trata de tarefas e atividades domésticas? (Compare com Gálatas 6:5.) Admitidamente, como declara o Dr. Elkind, as ‘exigências e expectativas [parentais] podem fugir de controle’. Assim, se achar que estão exigindo demais de você, considere o sugerido por um artigo da revista ’Teen: “Sente-se com seus pais e elaborem juntos uma tabela que o deixará com algum tempo livre para os amigos, as tarefas escolares . . . e, ao mesmo tempo, torne as coisas mais fáceis para sua mamãe e papai já atarefadíssimos.”

Ficar Sozinho — Os Perigos

“Os pais costumavam preocupar-se com o que seus filhos estariam tramando quando saíam à noite”, diz o escritor Vance Packard. “Atualmente, se ambos os pais trabalham fora, é mais provável que se preocupem com o que seus filhos estão tramando em fins das tardes, quando não há adultos presentes em tantas casas.” De acordo com Packard, uma casa vazia amiúde é palco de imoralidade sexual.

Dispor da casa para si pode também abrir a porta para outras formas de travessuras. Carlos relembra: “Depois do divórcio de meus pais, eu morei por algum tempo com minha mãe [que não era cristã]. Ela me deixava sozinho por bastante tempo. Certa vez, enquanto ela estava ausente, eu peguei os cigarros dela.” Felizmente, este não foi o começo dum vício vitalício. “Só fumei um ou dois”, afirma Carlos.

Naturalmente, a Bíblia condena tanto o sexo ilícito como os hábitos impuros, como o fumo. (1 Coríntios 6:9; 2 Coríntios 7:1) E, ao passo que nem todos os filhos de pais que trabalham fora se metem em algo errado, muitos deveras acham intensamente enfadonho ficar sozinhos. Os autores do livro Being Adolescent (Ser Adolescente) verificaram que os jovens são tipicamente passivos, letárgicos, enfadados, e sem motivação quando forçados a ficar sozinhos. Ver TV ou ‘matar o tempo’ nos centros de compra e lojas de fliperamas tornam-se sua principal ocupação. ‘Que há para fazer em casa?’ perguntam.

Meus pais trabalham fora — que posso fazer sozinho numa casa vazia?

“PODE ser bem enfadonho.” Um rapaz de 15 anos, chamado Carlos, assim descreve o que é voltar para casa e encontrá-la vazia. “Chego a casa por volta das três da tarde. Faço um lanche, vejo talvez um pouco de TV ou ligo meu conjunto estereofônico.” O pai dele, separado da mulher, trabalha o dia todo.

Milhões de jovens — cujos genitores não têm cônjuge, ou ambos trabalham fora — compartilham similar experiência. E podem contar-lhe, em primeira mão, que ter pais que trabalham fora nem sempre é fácil. Como Carlos, talvez passem sozinhos boa parte do dia.

Considere, porém, um estudo recentemente comunicado na revista Psychology Today. Peritos em cuidar de crianças receavam que os jovens deixados entregues a si mesmos desenvolvessem sérios problemas comportamentais. No entanto, 48 crianças latch-key [chave do trinco] foram comparadas com 48 jovens cuidados por adultos depois das aulas. Com que resultados? “Contrário ao que seria de esperar, os pesquisadores encontraram poucas diferenças entre os dois grupos. Os professores classificaram as crianças latch-key como tão bem ajustadas socialmente quanto as demais. Além disso, as crianças latch-key pareciam ter tanto amor-próprio e sentir que controlavam sua vida quanto aquelas cujo tempo livre depois das aulas era supervisionado por um adulto.”

O que indica isto? Que, apesar de ficar sozinho não ser certamente o ideal, não precisa ser desastroso. O que faz diferença é como você enfrenta essa situação.