terça-feira, 18 de maio de 2010

A Perda do Amor Próprio

Pesquisadores em Chicago, E.U.A., estudaram 1.331 adolescentes nos anos 60 e um grupo similar em fins da década de 70 e em 1980. A que conclusão chegaram? “Por um período de aproximadamente 18 anos as autoconsciências dos adolescentes norte-americanos pelo que parece tornaram-se decididamente menos positivas.” O estudo descreve os adolescentes de hoje como sendo menos seguros do que antes, com normas éticas mais baixas. Cerca de um quinto deles diz estar emocionalmente vazio e confuso a maior parte do tempo, e que prefere antes morrer a viver.

Por que essa mudança? A seguinte carta escrita por um jovem de 19 anos ilustra uma das grandes razões: “Sou de um lar desagregado como se dá com muitos dos jovens na sociedade de hoje”, escreve Robert. “A família inteira estava sempre brigando e altercando. Havia muito pouco amor, se é que havia. Cada qual seguia seu próprio caminho. Tive bem pouca orientação parental durante o período difícil da adolescência. Foi muito difícil para mim. Não havia disciplina nem comentários edificantes sobre minhas consecuções. Em vez disso, recebia crítica. Isto fez-me sentir que não era amado, que era rejeitado, sentia-me muito ferido e infeliz, sem saber por quê. Cresci como uma vinha sobre uma cerca de estacas pontiagudas. Quando vagueava para fora da cerca, não havia ninguém ali para me orientar e me trazer de volta ao rumo certo.” A história de Robert é muitíssimo comum hoje em dia.

A decepção na política também influiu na juventude. “No íntimo, eu acredito que o mundo não durará mais cinco ou 10 anos”, diz um jovem arruaceiro de Amsterdã, Países-Baixos. “Chegamos a um ponto em que recusamos assumir responsabilidade por um sistema que não aprovamos.”

Que cria isso nos jovens hoje? Basicamente, um sentimento de alienação — de que ninguém se importa se vivem ou morrem. Acrescente-se a essa alienação o sentimento de que o mundo não tem nenhum futuro, e os resultados podem ser temíveis.

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